Opinião

PARAHYBA DO NORTE: Rua João Suassuna, no Varadouro - Por Sérgio Botelho

Entre a rua Maciel Pinheiro e a Praça XV de Novembro (antiga Praça Imperial), em continuidade à rua Cardoso Vieira, no Varadouro, há uma breve rua de fluxo único, cheia de casarões de época

PARAHYBA DO NORTE: Rua João Suassuna, no Varadouro - Por Sérgio Botelho

Entre a rua Maciel Pinheiro e a Praça XV de Novembro (antiga Praça Imperial), em continuidade à rua Cardoso Vieira, no Varadouro, há uma breve rua de fluxo único, cheia de casarões de época, revitalizados, que homenageia o ex-presidente João Suassuna (pai do saudoso teatrólogo e escritor paraibano Ariano Suassuna).

Suassuna caiu em desgraça perante a história da Paraíba desde a chamada Revolução de 1930, uma vez que se tornou adversário da Aliança Liberal, capitaneada, na Paraíba, por João Pessoa, a quem antecedeu na presidência do estado. Quem passa por ali, na casa dos milhares de pessoas, diariamente, já que se constitui corredor de ônibus oriundos de tudo quanto é lugar na capital paraibana, na direção do Terminal de Integração, não tem a menor ideia de quem seja o homenageado.

Aliás, nem espaço têm na cabeça, cheia de preocupações mais urgentes, para observar a placa. João Urbano Pessoa de Vasconcelos Suassuna, nascido na cidade de Catolé do Rocha em 16 de janeiro de 1886, governou a Paraíba entre 1924 e 1928, com apoio do paraibano Epitácio Pessoa, que havia governado o Brasil entre 1919 e 1922.

Liderado político de Epitácio, assim como João Pessoa, sobrinho do ex-presidente, o então senador João Suassuna, na presidência do Estado, conseguiu reconduzir Epitácio ao Senado Federal nas eleições de 1924.

Voltando rapidamente na história, segundo o Centro da Pesquisa e Documentação da História Contemporânea do Brasil (CPDOC), da Fundação Getúlio Vargas, quando da indicação de Suassuna ao governo estadual, Epitácio foi questionado por João Pessoa, na oportunidade, membro do Superior Tribunal Militar.

O presidente Arthur Bernardes dirimiu a dúvida, apoiando o nome de Suassuna. Na condição de sucessor de Suassuna, João Pessoa, que governou a Paraíba entre 1928 e 1930, logo se tornou adversário do ex-governador, que mantinha fortes laços com produtores rurais, na época conhecidos por coronéis, a exemplo de José Pereira, em Princesa Isabel.

Para resumir a história, em 26 de julho de 1930 João Pessoa foi assassinado em Recife pelo advogado João Dantas, primo da mulher de João Suassuna. Pouco tempo depois, em 4 de outubro, estourou a Revolução de 1930, inicialmente no Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba.

Em 8 de outubro, 4 dias depois, João Suassuna, a caminho da Câmara dos Deputados, no Rio de Janeiro, acabou assassinado com um tiro nas costas, na rua Riachuelo, centro da capital do país. Crime que terminou ficando mal pago, apesar de terem sido descobertos seus autores e mandantes, pois os criminosos mal cumpriram um ano de cadeia, sendo na sequência reintegrados aos seus empregos e ao cotidiano de suas vidas.

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba