Quem trafega pela Avenida Getúlio Vargas, na direção da Avenida José Américo de Almeida (a Beira-Rio), já na Avenida Duarte da Silveira (de frente para a I Igreja Batista), há de perceber um educandário público com o nome de Escola Estadual do Ensino Fundamental e Médio Professora Olivina Olívia Carneiro da Cunha (até o início da década de 1970, no mesmo prédio funcionou a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Federal da Paraíba, antes de ser transferida para o Campus Universitário).
A homenageada é filha do Barão do Abiahy (Silvino Elvídio Carneiro da Cunha) e de sua esposa Maria Leonarda Merandolina Bezerra Cavalcante, que também, ficou conhecida como a Baronesa do Abiahy. Enquanto seu pai, expoente da Monarquia, exerceu influência política fortíssima no estado, durante o Século XIX, tendo falecido em 1892, Olivina, nascida em 1886, apenas seis anos antes da morte do pai, haveria de ser expoente da Educação republicana, na Paraíba, por toda a metade do Século XX.
Ela faleceu em 1977, já longe das salas de aula, um ambiente que começou a frequentar como professora a partir dos 19 anos de idade. Lecionou Geografia, Língua Portuguesa, Pedagogia, Matemática, Música e Trabalhos Manuais, na Escola Normal, no Lyceu Paraibano, no Grupo Escolar Thomaz Mindelo e na Escola de Aperfeiçoamento.
Além disso, participou destacadamente da Associação Paraibana pelo Progresso Feminino e da Academia Paraibana de Poesia. Publicou artigos, crônicas e poesias em A União e nas revistas Era Nova e Manaíra. Pianista, contribuía para a Escola de Música da Paraíba e participou da fundação da Orquestra Sinfônica.
Era sócia do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano e do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica. Publicou quatro livros, sendo três de poesia, Pérolas Esparsas, Migalhas de Inspiração e Paisagem da Minha Terra, e um dedicado à memória do pai, intitulado Barão do Abihay.
Portanto, merece destaque na história da Paraíba a professora Olivina Olívia Carneiro da Cunha, a quem homenageamos no texto de hoje, pela sua contribuição à cultura e à educação de nossa terra.
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba