Não é apenas um belo prédio, mas também com muita história o que até dias atrás servia ao Comando da Polícia Militar, e que vai se tornar sede do governo estadual, incluindo o funcionamento de várias secretarias de Estado. Só para o leitor se situar, serão instaladas no histórico prédio as secretarias de Comunicação, de Articulação Política, de Estado e Governo, além da Chefia de Gabinete do governador.
São os secretários do palácio. O formoso prédio está fincado entre as praças Aristides Lobo e Pedro Américo (que já foram um espaço público único sob o nome Campo do Conselheiro Diogo), na parte baixa da cidade de João Pessoa. Inicialmente, ainda no Século XIX, década de 1860, a construção sediava o Tesouro do Estado (e para isso foi erguida), mas também serviu, logo nos primeiros anos da República, aos ainda sem endereço poderes Legislativo e Judiciário.
(O Executivo, desde a primeira metade do Século XIX, já ocupava o atual prédio da Praça João Pessoa, chamado Palácio dos Presidentes, atual Palácio da Redenção). Conhecido como Largo do Tesouro, o espaço em frente acabou, até os dias de hoje, sendo chamado de Praça Aristides Lobo (que homenageia paraibano nascido em Cruz do Espírito Santo e que se tornou um dos mais destacados defensores da República, a partir da década de 1870, sendo ministro do Interior no governo provisório formado após o advento da República).
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Em suas primeiras décadas, o prédio da Aristides Lobo possuía apenas dois andares. Nessa condição, alojou, em períodos diversos, a Câmara Municipal, o Tribunal do Júri, a Secretaria de Instrução Pública, a Escola Normal, o Arquivo Público, os Correios, e serviu até de hospital, segundo registros históricos da Polícia Militar. No governo do presidente João Pessoa (1928-1930), o prédio ganhou mais dois andares, passando à condição de Palácio das Secretarias, no governo Antenor Navarro (1930-1932), ao recepcionar as secretarias da Fazenda, Obras Públicas, Instrução Pública, Repartição das Águas e Esgotos e Agricultura.
Na década de 1960, ao lado de outros órgãos públicos, serviu de abrigo à Loteria do Estado da Paraíba. Na segunda metade da década de 1970, o prédio passou por novas reformas internas, sendo entregue ao Comando da PM em 3 de fevereiro de 1977, no governo Ivan Bechara (1975-1978).
Sobre a arquitetura do edifício, convém reproduzir detalhada descrição feita pelo Instituto de Patrimônio Artístico e Histórico da Paraíba (IPHAEP): “As características mais marcantes são as aberturas que: no térreo são alternadas em arcos abatidos e arcos plenos, no primeiro pavimento possuem balcões com balaustradas, no segundo pavimento possuem remates em arco abatidos e no terceiro piso possuem formas retangular com janelas tipo guilhotina.
O coroamento da edificação é guarnecido por frontões nas fachadas leste e oeste, os quais têm continuidade nas extremidades das demais fachadas. Cornijas saliente percorre todo o perímetro do prédio, sendo quebrada por arcos plenos nas fachadas leste e oeste. Um traço expressivo da antiga edificação do Tesouro Provincial são as quatro aberturas existentes nas extremidades norte e sul, que possuem colunas torsas emoldurando as janelas lateralmente.
Tais aberturas são limitadas por colunas pilastras as quais “vencem” toda a altura do prédio. A presença de volutas nas molduras das aberturas do pavimento térreo, bem como dos pináculos barrocos no coroamento do edifício, igualmente concorre para a sua caracterização neobarroca”. Agora, em suas novas funções, vai receber o governador João Azevedo (2019-) e os secretários que trabalham mais próximos do gabinete governamental. É isto.
(As fotos retratam o prédio original, no século XIX, com dois andares, já com quatro andares, em 1932, e atualmente, prestes a sediar o governo estadual)
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba
