Há um prédio inaugurado em 1929, na avenida João da Mata, em Jaguaribe, destacando-se por sua arquitetura colonial e vistosa. Por décadas, esse edifício serviu de sede primeiramente à Escola de Aprendizes de Artífices da Paraíba, depois ao Liceu Industrial de João Pessoa, na sequência à Escola Industrial Federal da Paraíba e, finalmente, à Escola Técnica Federal da Paraíba, também Escola Industrial ‘Coriolano de Medeiros’.
Na verdade, são denominações sucessivas ao que hoje é conhecido como Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, criado em 2008. Além disso, já foi Residência Universitária da UFPB e serviu ainda à Federação Paraibana de Desporto Acadêmico (FPDA). Até 1929, a Escola de Aprendizes de Artífices funcionava bem precariamente no mesmo e histórico prédio do Quartel da Polícia Militar, na atual Praça Pedro Américo.
Os estudantes, geralmente oriundos das camadas mais pobres da sociedade paraibana da época, aprendiam Alfaiataria, Marcenaria, Serralheria, Encadernação e Sapataria. A mudança, então, foi um avanço grande, já que era um prédio próprio e destinado exclusivamente à Escola. Mas, apesar disso, estava longe de atender às aspirações de seus dirigentes, especialmente quando avançou para Liceu Industrial, em 1939.
Eles elogiaram a beleza e a vista proporcionada pelo prédio, mas consideraram a divisão interna uma aberração ‘dos princípios recomendados para construções destinadas a escolas’. Fazia parte do esforço de educadores brasileiros em favor de prédios que tivessem mesmo a ver com as exigências escolares. Tudo estava errado, segundo o insigne intelectual paraibano e fundador da Academia Paraibana de Letras, Coriolano de Medeiros, diretor da Escola, cargo pelo qual se aposentou.
O rol de reclamações era extenso: salas acanhadas e inconvenientemente arejadas e iluminadas; não havia sala para reuniões, nem para desenho, nem para gabinetes de Química, de Física e de História Natural; o serviço sanitário era ruim e nem dispunha de compartimentos para refeitório, para cozinha e para aposento do porteiro. Mas, diante da situação anterior, ocupando espaços emprestados no Quartel da Polícia, era um avanço.
No prédio, a Escola Técnica funcionou até os primeiros anos da década de 1960, quando foi transferida para acomodações bem mais amplas e atualizadas com as necessidades do ensino, onde permanece até hoje, na Avenida Primeiro de Maio, em Jaguaribe, não muito distante do prédio histórico.
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba