Começar anotando que o prédio do qual vamos falar nesta postagem se perfila, no tempo, entre os mais belos construídos ao redor da década de 1920, em Parahyba do Norte. Um período embalado pela riqueza carreada à Paraíba por força da elevada produtividade do algodão no estado.
Mas também pelo poder político nacional do conterrâneo Epitácio Pessoa, simplesmente exercendo o elevado mandato de presidente da República (1919-1922). O vistoso prédio da cidade baixa, no início da historicamente agitada rua do Comércio ou rua das Convertidas ou rua Conde d’Eu ou rua Maciel Pinheiro, em função do período, foi inaugurado no ano de 1919. (Na época, já se chamava Rua Maciel Pinheiro, em homenagem a bravo jornalista e advogado nascido em Parahyba do Norte, e falecido 10 dias antes da instauração da República no Brasil.
Ele e mais outras figuras icônicas da história política e cultural brasileira, a exemplo de Castro Alves, Tobias Barreto, Martins Junior e Fagundes Varela, na Faculdade de Direito do Recife, brilharam na luta republicana e libertária). A construção do prédio se deu pelas mãos de um daqueles arquitetos chegados a Parahyba do Norte, na época, no caso Hermenegildo di Láscio, que fincou pé na cidade, produziu descendentes, e deixou marcas inapagáveis na arquitetura pessoense.
Segundo descreve o Memória João Pessoa, o prédio da Associação Comercial apresenta “características ecléticas, com forte influência da arquitetura produzida à época na Argentina, país onde o profissional tivera formação”. Os detalhes do prédio continuam no documento acadêmico: “O edifício apresenta dois pavimentos, além de um porão habitável, o qual outrora era utilizado para a exposição de máquinas agrícolas”.
E prossegue informando que existe “em uma de suas extremidades uma parte com um só pavimento, que serviria de elemento de ligação a uma ampliação posterior que, no entanto, nunca se verificou”. Também segundo o documento, “o imóvel ainda conserva sua volumetria e fachada inalteradas”.
Ao ocupar o prédio, a Associação Comercial da Paraíba já tinha 45 anos de funcionamento, uma vez que foi fundada em 31 de outubro de 1874, durante o reinado de Dom Pedro II e o governo estadual do Barão de Abiahy – no caso, presidente da província -, nascido Silvino Elvídio da Cunha, em Alhandra. O prédio é tombado desde 26 de agosto de 1980 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba (Iphaep).
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba