Se ontem nós falamos de futebol paraibano, hoje vamos continuar mergulhados no tema. Vamos relembrar o jogador de naturalidade pessoense, Abelardo Cesário da Silva, que ficou conhecido como Coca Cola, sobre o qual também falamos ontem, na condição de revelado pelo Red Cross, e que depois foi parar no Botafogo (o Belo), no Campinense, no Ferroviário de Fortaleza e no Gil Vicente, da divisão de elite do futebol português.
As informações memoriais sobre o meia Coca Cola me foram repassadas pelo atencioso Guilherme Nascimento (Novinho), na forma de um artigo a respeito escrito pelo historiador Raimundo Nóbrega, autor de outros estudos memoriais sobre o futebol paraibano.
A respeito de seu apelido, o próprio Abelardo revelou a origem em entrevista concedida ao jornal Folha de São Paulo, publicado na edição de 25 de fevereiro de 1994, quando, na condição de treinador do time do 4 de Julho, de Piripiri (naquele ano, bicampeão piauiense), se encontrava na capital paulista para enfrentar o poderoso Palmeiras, pela Copa do Brasil. Segundo Abelardo, nas peladas em João Pessoa, com participação de jornalistas, “como eu era pequeno e magro, me chamavam de ‘miniatura de Coca Cola’. Reclamei e o apelido pegou”.
O craque em pauta, de apenas 1m60cm, que jogou bola por toda a década de 1960 e início da de 1970, se sagrou campeão paraibano por duas vezes, ambas no Campinense. Enquanto jogador do Belo pessoense (onde nunca chegou a ser campeão, embora tenha se firmado na lembrança de seus torcedores), num tempo de semiamadorismo no futebol paraibano, Coca Cola foi contratado pelo Colégio Pio X como técnico, a fim de complementar salário, segundo comenta Raimundo Nóbrega.
Na época de Coca Cola a principal arena futebolística pessoense era o velho Estádio José Américo (depois, Dede, e hoje Vila Olímpica Parahyba), entre os atuais bairros dos Estados e Pedro Gondim, de frente para a antiga e histórica Fazenda Boi Só (outro capítulo especial das histórias paraibanas), atualmente um condomínio.
Foi naquele velho estádio que brilhou Abelardo Cesário da Silva, entre 1961 e 1965, pelo Botafogo e pelo Campinense, quando foi vendido ao Ferroviário do Ceará, onde jogou de 1965 a 1973. Na capital cearense Coca Cola fez sucesso, jogando pelo Ferrão, ganhando os campeonatos estaduais nos anos de 1968 e 1970, com direito a um ‘chapéu’ em Pelé no dia em que o Santos foi entregar a faixa de campeão de 1968 ao Ferroviário.
Ainda hoje os torcedores cearenses mais antigos lembram do feito. Segundo levantamento exposto com orgulho pelo clube cearense, o paraibano jogou 324 partidas com a camisa coral e marcou 71 gols.
Abelardo faleceu em 7 de junho de 1999. Dois dias depois, em clássico contra o Fortaleza, 23 anos após ter deixado o clube cearense, o paraibano foi homenageado com uma faixa carregada pelos jogadores do Ferroviário, comprometidos, jogadores, torcida e dirigentes, com a saudade de um grande futebolista.
E tem mais: a figura de Coca Cola, que encerrou sua carreira pelo clube Gil Vicente (onde voltou a ser Abelardo), da divisão de elite do futebol de Portugal, faz parte da série Legendários, do Ferroviário, homenageado em um dos copos colecionáveis com os quais o clube cearense procura fortalecer o caixa e presentear os seus torcedores com uma lembrança de seus craques mais reconhecidos.
Jogou muito o baixinho Coca Cola!
(Na foto, do site oficial do Ferroviário, Coca Cola, com a camisa do time cearense)
Fonte: Sergio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba