Opinião

PARAHYBA DO NORTE E SUAS HISTÓRIAS: Instituto Histórico e Geográfico Paraibano e sua jornada até a sede da Barão do Abiaí - Por Sérgio Botelho

Quem lê percebe o orgulho com que o redator do site oficial do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano anuncia que o órgão representa a mais antiga instituição cultural da Paraíba em funcionamento. Não o prédio, que, só em julho de 1956, após uma peregrinação física que durou em torno de 51 anos passou a acolher a Casa da Memória da Paraíba, mas em virtude de que sua fundação data de 1905.

Foto: Internet

Quem lê percebe o orgulho com que o redator do site oficial do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano anuncia que o órgão representa a mais antiga instituição cultural da Paraíba em funcionamento. Não o prédio, que, só em julho de 1956, após uma peregrinação física que durou em torno de 51 anos passou a acolher a Casa da Memória da Paraíba, mas em virtude de que sua fundação data de 1905.

Datas são coisas importantes principalmente quando a gente trata de uma instituição encarregada de vasculhar e guardar a história. Assim, vamos lá. O IGHP passou a valer institucionalmente a partir de 7 de setembro de 1905, após reunião ocorrida na sala da congregação do Lyceu Paraibano, que se havia onde atualmente funciona o curso de Direito da Universidade Federal da Paraíba, na Praça João Pessoa. Prestígio é que não faltou ao ato, já que o presidente do estado da Paraíba, Álvaro Lopes Machado, marcou presença.

E mais do que a presença, foi a ele que coube sentenciar solenemente que o Instituto estava fundado. Além do principal líder político paraibano, de direito e de fato, dezenas de figuras altamente expressivas da política e da cultura paraibanas assinaram a ata de fundação. (Após algumas revisões documentais, o IHGP definitivamente considera como fundadores 61 nomes). Mas toda essa representatividade, de fortíssimo valor histórico, não foi suficiente para que a instituição conseguisse de pronto uma sede para suas elevadas funções.

Dessa forma, a reunião que instalou o IHGP, em 12 de outubro de 1905, aconteceu em sala da Assembleia Legislativa do Estado que, de sua parte, já ocupava por empréstimo espaço no prédio do Quartel da Polícia Militar, na Praça Pedro Américo. Na verdade, uma edificação, a da PM, que protegeu do sol e da chuva muitos órgãos assim desgarrados na velha Parahyba do Norte. Cabe registrar que a ata de instalação do instituto ficou a cargo do incansável batalhador da educação e da cultura paraibana, e um dos principais fundadores da futura Academia Paraibana de Letras, Coriolano de Medeiros, no papel de 2º secretário da reunião.

Como primeiro presidente do instituto foi escolhido Francisco Seraphico da Nóbrega, que meses antes, à época, havia assumido a Presidência do Estado e posteriormente ocuparia a Procuradoria Geral do Estado. Aliás, presidentes do estado, no tempo da instalação, antes e depois dela, o IHGP teve de sobra. Após a formalização, o instituto se abrigou circunstancialmente, para fins de reunir-se, em diversos locais, inclusive na casa de um presidente, no caso Flávio Maroja, médico, político e intelectual que marcou época na capital paraibana, e que dirigiu o IHGP por mais de 20 anos.

Mesmo em 1909, quando logrou o status de utilidade pública, nada de sede. Na década de 1910, veio uma primeira providência reparadora, com relação ao nomandismo da entidade, quando o estado alugou um local, embora considerado bem sofrível, na Rua Duque de Caxias. Mas agora a entidade tinha um endereço. Contudo não parou aí. De 1931 a 1936 o Instituto ocupou três salas do prédio da Imprensa Oficial, também conhecido como de A União.

De 1936 a 1956 a Casa da Memória paraibana sentou praça novamente na Duque de Caxias, desta vez ocupando edificação que havia servido ao Clube Astrea. Então, em 1956 foi inaugurado o espaço físico que até hoje abriga o IHGP, na rua Barão do Abiaí, 64, tendo sua construção sido iniciada em março de 1955, pelo arquiteto-engenheiro Carmello Ruffo.

“A sede foi construída na presidência de Clóvis Lima e Florentino Barbosa, sob a administração do primeiro, com recursos de subvenções da União, ajuda do governo José Américo de Almeida e doações de particulares”, de acordo com a palavra oficial do instituto.

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba