Opinião

PARAHYBA DO NORTE E SUAS HISTÓRIAS: Grito de Carnaval de Areia Vermelha - Por Sérgio Botelho

Areia Vermelha fazia parte do chamado pré-carnaval de João Pessoa. Aliás, essa história de pré é elemento forte do carnaval pessoense, tendo em vista os famosos gritos de carnaval, como o Vermelho e Branco, do Esporte Clube Cabo Branco, e o Azul e Branco, do Astrea. Sem falar no Verde e Branco do Jangada, por algum tempo.

Foto: Internet

Areia Vermelha fazia parte do chamado pré-carnaval de João Pessoa. Aliás, essa história de pré é elemento forte do carnaval pessoense, tendo em vista os famosos gritos de carnaval, como o Vermelho e Branco, do Esporte Clube Cabo Branco, e o Azul e Branco, do Astrea. Sem falar no Verde e Branco do Jangada, por algum tempo.

Tradição que terminou, adornada com confetes e serpentinas, no imenso Folia de Rua dos dias de hoje. Na época dedicada ao carnaval de verdade, segundo o calendário oficial brasileiro, o pessoense preferia praias ou folias de outras praças, como as de Olinda, Recife e Salvador.

Partes da história social de João Pessoa foram escritas nos Gritos de Carnaval de Areia Vermelha – iniciativa que teve início no final da década de 1950 e chegou até a década de 1980 – e de seu tradicional Banho à Fantasia.

A festa toda era preparada pelas famílias residentes no Poço, embora a partir dos primeiros movimentos de profissionalização do turismo paraibano passasse a contar com a participação da PBTur. Já na década de 1970, ainda sem quaisquer perspectivas da existência de drones, quem fazia as imagens aéreas eram aviões do Aeroclube de João Pessoa.

As famílias formavam os blocos, vestiam as fantasias e recebiam familiares e amigos a granel vindos de João Pessoa e de outras localidades do estado. Aguardada com ansiedade pelos brincantes paraibanos, nesse particular, o Grito de Areia Vermelha, em termos de calendário festivo da capital, era esperado com fervor. “Poucas são as festas carnavalescas que se revestem de um cunho tão eufórico, de tanta confraternização, quanto o de Areia Vermelha”, dizia matéria de A União, anunciando o evento, em 1980.

Mas, como tudo acaba, o Grito de Areia Vermelha perdeu dimensão, no tempo. Ficou apenas a saudade como também temos saudade de outros eventos e coisas de João Pessoa, que continuaremos lembrando nessa série de cunho bastante existencial que chamo de Parahyba do Norte e suas Histórias.

Fonte: Sergio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba