Houve um tempo em que existiu a Feira da Primavera na área central da cidade de João Pessoa, entre as ruas Irineu Pinto, Eugênio Toscano, Tenente Retumba e Beaurepaire Rohan.
Em formato de feira livre, fazia parte de um complexo comercial e de movimentação de pessoas que incluía a Rodoviária vizinha e o pujante comércio varejista ainda hoje ali por perto, bem mais forte antes da existência dos shoppings.
Nesse complexo comercial destacava-se, ainda, nas imediações da Feira da Primavera, a famosa loja 4400, um primeiro esboço do que mais tarde se impôs como loja de departamentos, onde se vendia de quase tudo. O sistema de Correios e Telégrafos também tinha vida nas imediações, esquina da Guedes Pereira com a Beauarepaire Rohan.
Também por ali existia um roteiro de pequenos bares e restaurantes, na própria feira e, ainda, na antiga Rodoviária, escalados por boêmios em geral para fenomenais bebedeiras, menos dispendiosas aos bolsos.
Para quem chegava a João Pessoa vindo do interior do estado, a trabalho ou a passeio, a primeira feira livre que se apresentava era justamente a Feira da Primavera, o que também servia para a atração de futuros fregueses ou, mesmo, fregueses de passagem.
Como em todas as feiras livres, é comum a formação de laços de amizade e confiança entre fregueses e comerciantes, laços esses que, na Primavera, naturalmente se fortaleceram com o passar do tempo, passando a fundamentais no dia a dia do comércio.
A sua extinção, um dia, em nome da urbanidade, acabou desorganizando a vida de muita gente já acostumada nas relações estabelecidas anos a fio com os comerciantes locais.
Hoje em dia, praticamente todos os bairros da capital paraibana têm suas feiras livres, ou supermercados grandes e pequenos, com o centro atendido pelo Mercado Central. A Feira da Primavera virou saudade!
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba