No início da rua Odon Bezerra (número 53) há uma igreja, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba (Iphaep), desde 2004, consagrada a São Vicente de Paulo. Dedicado à caridade, o santo viveu na França entre os séculos XVI e XVII, onde fundou diversas instituições para auxiliar os mais necessitados, como hospitais, orfanatos e casas para idosos, dando origem à comunidade religiosa leiga dos Vicentinos, de alcance internacional, com forte presença na história pessoense.
Na justificativa utilizada pelo órgão, o tombamento se deu por reconhecimento do “significativo valor histórico e cultural de sua preservação, para a compreensão da composição arquitetônica dos referidos imóveis”. O plural fica por conta de outro prédio, contíguo ao da Igreja, também dos vicentinos, ligados um ao outro pelo oitão respectivo, que fica na rua Joaquim Nabuco, 159, a conhecida entrada para o Róger, tombado conjuntamente sob a denominação geral de Conjunto Arquitetônico da Igreja de São Vicente de Paulo. (Há quem diga que o prédio do meio, onde funciona até hoje a Padaria Flor das Neves, além de outros vizinhos, para um lado e para o outro, já pertenceram aos vicentinos.
De qualquer forma, naquele sítio todo há realmente muitos próprios da Igreja Católica, a exemplo do conjunto carmelita e do franciscano, muitos desses terrenos doados a congregações católicas ainda no final do Século XVI, nos atos inaugurais da cidade de Filipéia de Nossa Senhora das Neves). Embora dê sinais de fechada, a igreja da rua Odon Bezerra é o endereço oficial do Conselho Metropolitano de Joao Pessoa da Sociedade de São Vicente de Paulo. O imóvel da Joaquim Nabuco, contudo, está ocupado e bem preservado. Nele funciona uma ONG, com cursos que, segundo o site oficial da organização, visam “proporcionar uma experiência educacional e cultural integrada, voltada para a superação de todas as nuances de desigualdade social”.
Ainda conforme o ato de tombamento do conjunto arquitetônico, “o referido imóvel abriga um complexo de detalhes arquitetônicos considerados como importantes da época de sua construção, sobretudo para o reconhecimento dos recursos técnicos e artísticos utilizados para os adornos das fachadas”.
A Igreja tem tudo para compor nossos roteiros turísticos, certamente. Mas sobretudo de educação patrimonial, de que tanto necessitamos, a ser acoplada aos currículos de nossas escolas.