Voltamos hoje a abordar velhos casarões que fizeram a história da urbe pessoense. E mais uma vez, direto para a antiga Praça Bela Vista, hoje chamada Simeão Leal, em homenagem a distinto diplomata e homem de cultura, paraibano de Areia, que fez fama nacional. (A mansão fica praticamente de frente para outra icônica construção local, de que já falamos, que fora construída para residência de João da Mata Correia Lima, falecido em 1929).
Devidamente tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba, funcional e bem tratado, o prédio serve a uma movimentada academia de ginástica. Consta que nos anos 1970, o casarão foi comprado pelo proprietário do Instituto de Psiquiatria da Paraíba, médico Oswaldo Rodrigues Neto, que ali instalou o setor feminino do hospital psiquiátrico que funcionava do outro lado da praça, na parte final da Avenida João da Mata, e que se encontrava em obras.
Após finda a necessidade, ele próprio reformou a casa para que lhe servisse de residência. Foi a última reforma feita no casarão que data do início do século XX e que também já havia sofrido outras reformas, segundo o Memória João Pessoa do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba.
Imediatamente antes do médico, a casa serviu de residência à família Porciúncula, herdeira do casal Claudino Patrício Pereira, natural de Bananeiras, e Francelina Porciúncula Pereira, que foram pais de 5 filhos e 4 filhas, todos já falecidos. Claudino, por sua vez, comprou a casa dos moradores que a construíram, identificados apenas como família Fonseca, tendo então realizado reformas em 1946.
Contudo, entre os anos de 1929 e 1930 a família originária havia realizado as primeiras obras de recuperação física do prédio. “Não obstante, o edifício ainda preserva muitas das suas características arquitetônicas do início do século”, enfatiza o documento da Academia e, por isso, mereceu o tombamento.
Que continue bem tratado, pois a preservação dos prédios mais antigos de João Pessoa, como o casarão em pauta, serve para manter viva a história e a identidade da cidade. Esses edifícios não são apenas estruturas físicas, mas testemunhos palpáveis do passado, que nos conectam às gerações que nos antecederam.
Além disso, ao preservar esses locais, estamos protegendo nossa memória coletiva e enriquecendo o patrimônio cultural da cidade. Cada casa, cada prédio antigo carrega consigo histórias e significados que merecem ser guardados para as futuras gerações, proporcionando uma compreensão mais profunda de nosso itinerário enquanto comunidade.
(A foto, da lateral do prédio, é recente e feita por mim mesmo)
Fonte: Sergio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba