Opinião

PARAHYBA DO NORTE E SUAS HISTÓRIAS: Avenida Duarte da Silveira e seu homenageado - Por Sérgio Botelho

PARAHYBA DO NORTE E SUAS HISTÓRIAS: Avenida Duarte da Silveira e seu homenageado - Por Sérgio Botelho

Há uma avenida importante na cidade de João Pessoa (com início à altura da Escola Estadual Olivina Olívia e da Primeira Igreja Batista, até a avenida General Bento da Gama), ligando as também avenidas Getúlio Vargas e Ministro José Américo de Almeida (Beira Rio), que homenageia Duarte Gomes da Silveira. A via é hoje o palco maior do Carnaval Tradição de João Pessoa, que reúne coletivo de maracatu, clubes de frevo, tribos indígenas e escolas de samba. O homenageado, nascido em Olinda, por volta do ano de 1555, foi um rico dono de engenho que patrocinou expedições visando conquistar a Capitania da Paraíba, sob o poder dos Potiguaras, associados aos franceses, sendo, após a conquista, beneficiado com generosas porções de terra na várzea do rio Paraíba. Até a sua morte, em 1644, com a Paraíba vivendo sucessivamente sob domínio espanhol, português e holandês, financiou grande parte das primeiras construções da cidade de Filipéia, com destaque para a Igreja da Misericórdia e um casarão (no mesmo local onde existiu até algumas décadas atrás o Colégio Nossa Senhora das Neves, hoje, em vias finais de restauração para o funcionamento do Parque Tecnológico Horizonte de Inovação, do governo estadual), na atual praça Dom Ulrico. Mas também outros prédios, inclusive residenciais. Seus engenhos Nossa Senhora da Ajuda e Santo Antônio, no caminho de Mamanguape, em terras hoje pertencentes ao município de Santa Rita, não teriam sido os únicos negócios em que investiu. As riquezas acumuladas por Duarte da Silveira o levaram a criar o Morgado do Salvador do Mundo da Paraíba, uma instituição baseada na descendência familiar, a ser passada pela linhagem varonil, contendo toda a sua riqueza, composta de terras, casas e engenhos. O objetivo era fazer com que sucessores não tivessem condições legais de se desfazer de qualquer das propriedades. Pensava assim em favor do conjunto da descendência. Um rígido elenco de regras de conduta social e moral constituía as obrigações às quais os administradores da instituição tinham que seguir. O corpo de Duarte da Silveira e de sua mulher, Fulgência Tavares da Silveira (filha do primeiro capitão-mor da Paraíba, João Tavares) foram sepultados na Igreja da Misericórdia.

A foto mostra o início da avenida Duarte da Silveira