Opinião

PARAHYBA DO NORTE E SUAS HISTÓRIAS: A orla pessoense - Por Sérgio Botelho

A ocupação da área litorânea de João Pessoa seguiu uma trajetória urbana que durou mais de 300 anos, a partir do Rio Sanhauá, onde nasceu a cidade em 05 de agosto de 1585.

PARAHYBA DO NORTE E SUAS HISTÓRIAS: A orla pessoense - Por Sérgio Botelho

A ocupação da área litorânea de João Pessoa seguiu uma trajetória urbana que durou mais de 300 anos, a partir do Rio Sanhauá, onde nasceu a cidade em 05 de agosto de 1585.

As primeiras praias a serem ocupadas urbanisticamente – Cabo Branco, Tambaú e Manaíra – só começaram a apresentar construções mais destacadas a partir da abertura da Avenida Epitácio Pessoa (a homenagear paraibano de Umbuzeiro que governou o país entre 1919 e 1922), na década de 1920, assim mesmo de casas destinadas a veraneio.

Antes disso, devido à insalubridade (incluindo surtos de malária), a região era composta por fazendas de gado e colônias de pescadores. O destaque dessa época (a da abertura da Epitácio) foi a atuação do prefeito João Maurício de Medeiros, que administrou a cidade entre fevereiro de 1926 e outubro de 1928.

Ele realizou as primeiras intervenções para sanear a orla, que naquela época era toda conhecida como Tambaú, melhorando as condições de veraneio. Contudo, somente a partir da década de 1950, com o calçamento da Avenida Epitácio Pessoa, as praias urbanas de João Pessoa começaram a se transformar em opções de moradia.

Esse processo, inicialmente lento nos anos 1950, acelerou gradualmente nas décadas de 1960, 1970 e 1980. Assim, a Epitácio Pessoa se tornou a via urbana historicamente mais importante para as praias de Cabo Branco, Tambaú e Manaíra, e para a expansão da cidade.

Enfim, a abertura e melhorias em outras avenidas contribuíram decisivamente para a urbanização do litoral paraibano. No caso, a Avenida Ministro José Américo (Beira Rio), foi complemento importante para o desenvolvimento do Cabo Branco; a Avenida Rui Carneiro desempenhou papel semelhante para Manaíra; e a Avenida Governador Flávio Ribeiro Coutinho (Retão de Manaíra), a partir da estrada para Cabedelo, foi fundamental para Bessa.

Esse processo de urbanização transformou o litoral de João Pessoa, integrando-o ao desenvolvimento urbano da cidade, criando novas áreas residenciais e turísticas, e contribuindo significativamente para o crescimento e modernização da capital paraibana.

A foto de cima retrata as primeiras casas (década de 1930), destinadas a veraneio, na orla das atuais Cabo Branco e Tambaú (no ponto em que a Epitácio Pessoa chega ao litoral), vendo-se a Vila Dorita (ainda hoje de pé, embora bem modificada, na esquina da Avenida Tamandaré com a Epitácio Pessoa).

A outra foto é atual, da Avenida Cabo Branco, feita à altura da casa onde residiu o ex-ministro e ex-governador José Américo de Almeida, hoje Fundação Casa de José Américo.

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba