Opinião

PARAHYBA DO NORTE E SUAS HISTÓRIAS: A Igreja de Nossa Senhora do Rosário em Jaguaribe - Por Sérgio Botelho

Apesar de relativamente mais nova, com relação a outros templos históricos do catolicismo na capital paraibana, a Igreja do Rosário é parte viva da história da formação urbana, religiosa e cultural de João Pessoa, de enorme importância para o bairro de Jaguaribe. A conclusão da Igreja pertence ao início dos anos 40 do Século XX.

Foto: Internet

Apesar de relativamente mais nova, com relação a outros templos históricos do catolicismo na capital paraibana, a Igreja do Rosário é parte viva da história da formação urbana, religiosa e cultural de João Pessoa, de enorme importância para o bairro de Jaguaribe. A conclusão da Igreja pertence ao início dos anos 40 do Século XX.

Contudo, a sua edificação, por iniciativa dos franciscanos orientados por Frei Martinho, começou ainda no ano de 1927. O frei esteve longe de ver o término da construção da Igreja, uma vez que faleceu em 1930. Mas foi sob sua inspiração que os religiosos cumpriram a saga. O bairro, naquele início do Século XX, crescia lentamente, sendo ocupado por migrantes do interior do estado. Jaguaribe é delimitado, do lado norte, pela Avenida João Machado, onde se destacam a Igreja de Nossa Senhora de Lourdes, antigas mansões da elite, o Grupo Escolar Isabel Maria das Neves, o Orfanato Dom Ulrico e obras vicentinas.

Do lado oeste, a rua das Trincheiras e a João da Mata estabelecem outro limite de Jaguaribe, com mais mansões da época, a balaustrada com vistas para a Ilha do Bispo e o prédio que abrigou a Escola Técnica Federal da Paraíba, para citar obras históricas. Do lado leste, o rio Jaguaribe. Dentro desses limites reinou a Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, separando-se da Paróquia de Nossa Senhora de Lourdes.

A igreja mais o Convento São José e a Congregação Mariana formaram, durante décadas, um dos mais importantes centros de esporte, cultura e catecismo para crianças e jovens de Jaguaribe, reunidos na Cruzada do Frei Albino, um dos ícones da formação do bairro de Jaguaribe. Também serviu de berço para o memorável, mas hoje desaparecido, clube de futebol pessoense, o alviazulino Estrela do Mar, campeão paraibano de 1959.

Sem falar nas épicas festas do Rosário, no início do mês de outubro, que atraiam a população pessoense. Foi na igreja de Jaguaribe onde o saudoso Dom José Maria Pires se sagrou arcebispo da Paraíba, no final da década de 60. Na cripta da Igreja do Rosário, em Jaguaribe, encontra-se o corpo do Frei Martinho, visitado por centenas de fiéis, todos os anos.

A Igreja de Nossa Senhora Rosário de Jaguaribe surgiu no cenário do catolicismo da capital paraibana como local escolhido para a transferência da devoção a Nossa Senhora que por séculos existira na atual Praça Vidal de Negreiros (Ponto de Cem Reis). Nesse tempo, ostentava a denominação de Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, sob a direção da irmandade conhecida pelo mesmo nome, que não mais fez parte dos destinos do novo templo em Jaguaribe.

Segundo explica a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, Nossa Senhora do Rosário ou do Santíssimo Rosário é um título atribuído a Nossa Senhora devido a sua aparição à São Domingos de Gusmão em 1214 na Igreja do Mosteiro de Prouille. Naquele instante, conforme a tradição católica, a Mãe de Jesus entregou o rosário ao frei dominicano.

Fonte: Sergio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba