Opinião

PARAHYA E SUA HISTÓRIAS: Avenida Gouveia Nóbrega - Por Sérgio Botelho

Em parte de seu caminho, a Gouveia Nóbrega, da qual estamos falando, marca o limite entre os bairros Róger e Varadouro

Foto: A foto, do Google View, mostra o início da avenida Gouveia Nóbrega, ao lado do antigo prédio da Socic.
Foto: A foto, do Google View, mostra o início da avenida Gouveia Nóbrega, ao lado do antigo prédio da Socic.

Começando à altura da Praça Socic, na parte baixa da cidade de João Pessoa, uma longa avenida serpenteia o bairro do Róger, encerrando o seu curso no aprazível Parque Arruda Câmara, carinhosamente apelidado de “Bica”. Em parte de seu caminho, a Gouveia Nóbrega, da qual estamos falando, marca o limite entre os bairros Róger e Varadouro, tendo sido, por muito tempo, Avenida Miramar.

Na década de 1930, ainda com a antiga denominação, serviu de endereço à histórica Rádio Clube da Paraíba, pioneira no serviço de radiodifusão na capital paraibana, que deu origem à Rádio Tabajara da Paraíba. O homenageado, Francisco de Gouveia Nóbrega, nascido em Soledade, no ano de 1865, formado pela Faculdade de Direito do Recife, foi juiz federal e deputado estadual na Paraíba (legislatura de 1896 a 1899), segundo registro disponibilizado pela Universidade Federal de Pernambuco, que mantém notável acervo de referências biográficas com relação a ex-alunos ilustres.

Antes disso, atuou como advogado em Soledade e em Campinas (SP), e promotor público na comarca de Manhuaçu, Estado de Minas Gerais. Ainda de acordo com a biografia patrocinada pela UFPE, “sofreu, em 1930, atroz campanha de difamação, atacando-se nele o Juiz Substituto Federal, membro nato da Junta Apuradora da eleição federal então procedida. Desafeto de um dos candidatos, não quis tomar parte na apuração em que o mesmo era parte, aceitando um convite do Ministro da Justiça para ir ao Rio de Janeiro.

Substituto na Junta Apuradora por um suplente que carecia de compostura e demais virtudes inerentes a um magistrado, este prestou-se a mais indecorosa depuração de que há memória na Paraíba. Revoltadas com o resultado da apuração, as vítimas culparam injustamente o Juiz Gouveia Nóbrega, pelo desbragamento do seu substituto eventual”.

Seu filho, Fernando Carneiro da Cunha Nóbrega, foi prefeito de João Pessoa entre 1937 e 1940. Francisco de Gouveia Nóbrega faleceu aos 70 anos, em 20 de março de 1936, no Rio de Janeiro.