Moribunda

Os últimos suspiros de uma moribunda direita sul-americana - Por Anderson Costa

Com o resultado das prévias eleitorais da Argentina que apontam para a possibilidade de que o atual presidente do país, Maurício Macri, saia derrotado quando disputar realmente as eleições contra o candidato Alberto Fernández que compõe chapa com a líder da esquerda do país, Cristina Kirchner.

Com o resultado das prévias eleitorais da Argentina que apontam para a possibilidade de que o atual presidente do país, Maurício Macri, saia derrotado quando disputar realmente as eleições contra o candidato Alberto Fernández que compõe chapa com a líder da esquerda do país, Cristina Kirchner. Os parcos frutos obtidos por Macri ao fim da sua primeira gestão acendem um sinal de alerta para o governo brasileiro, pois além de ter declarado abertamente apoio para Macri o presidente da República Jair Bolsonaro segue em seu governo muitos dos preceitos aplicados pelo argentino na sua própria gestão.

Caso o grupo de Cristina Kirchner retorne ao poder, Bolsonaro sabe que perderá um dos principais aliados comerciais e políticos na América do Sul, dificultando muito os seus planos de manter o Brasil com um papel de liderança na zona do Mercosul enquanto busca dar novos direcionamentos para as políticas econômicas nacionais. Além disso o baixo apoio da população argentina ao nome de Macri após um governo baseado na austeridade econômica e na renovação na realidade do país, pode dar sinais a Bolsonaro de que caso ele não consiga resultados efetivos rápidos para as políticas econômicas propostas por ele, o seu governo deverá desidratar-se rapidamente até 2022.

Isto nos leva a pensar que a ideia que alguns nomes vinham nutrindo desde a eleição de Macri de que conseguiriam reverter o cenário mais voltado para a esquerda no continente sul-americano já está próximo do seu fim e que a direita na região mais uma vez dá seus últimos suspiros. Muitos nomes que desejavam uma diminuição do pensamento de esquerda dentre os países latino-americanos regojizavam-se com o nascimento desta nova direita que cresceu na região devem já estar a pensarem formas de estancar a sangria que poderá ser aberta por uma nova vitória de Cristina na Argentina.

A realidade é que diferente do que a direita esperava que os grandes nomes da esquerda ficassem desnorteados ao sofrerem suas primeiras derrotas e com isso não conseguissem reagir ao surgimento desta nova direita perceberam insatisfeitos que a esquerda está sempre pronta para a luta, seja armada ou eleitoral. No Brasil vemos desde a queda do PT da presidência da República os militantes de esquerda assumindo uma postura de guerrilha nos debates sejam feitos eles de forma pessoal ou virtualmente para que pouco a pouco consigam minar a imagem dos seus adversários. É necessário questionar, se com os constantes ataques sofridos e uma baixa demonstração de efetividade dos seus programas Bolsonaro conseguirá reeleger-se na próxima eleição presidencial.

Com uma eventual derrota de Macri e um governo vacilante de Bolsonaro, poderá a direita sul-americana que atualmente encontra-se na UTI respirando por aparelhos e que sonhava com uma recuperação ver-se mais uma vez caindo no limbo e no esquecimento na nossa região.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba