O guru da direita brasileira, Olavo de Carvalho, mora nos Estados Unidos. Mas mesmo à distância define o pensamento de quem se coloca no grupo dos que abraçam causas de viés conservador e liberal. O prestígio é tão grande que já indicou ministros para o atual governo. Um filósofo que sequer concluiu o ensino fundamental. Ele próprio se diz “parteiro da nova direita do Brasil”. Chegou a dizer: “eu ajudei os direitistas brasileiros a saírem do armário”.
Mas já foi marxista radical, fichado inclusive pela ditadura militar, embora relativize os malefícios do regime de opressão a que o Brasil viveu no século passado. Na sua biografia registra-se também que foi interno do Instituto de Psiquiatria Comunitária, do Itaim-Bibi, em São Paulo. Passou ainda pela astrologia. É, portanto, um homem de várias experiências e aventuras no campo do exercício da mente. Segundo companheiros dessas vivências, nutria um desejo muito grande de ser considerado um intelectual.
Saiu do Brasil em 2002 quando Lula se elegeu presidente da república. Mas há rumores de que o motivo principal foi fugir dos vários processos do fisco a que respondia.
Dentre as suas elucubrações podemos destacar a de que “considera a Inquisição uma ficção dos protestantes”. Apesar de se dizer católico critica fortemente o Papa Francisco. Considera uma manipulação ideológica a teoria do aquecimento global. É o contestador de algo que ele chama de “marxismo cultural”, ainda que não se saiba exatamente do que se trata. O projeto Escola sem Partido tem a sua assinatura.
Impressiona o que sua filha mais velha, Heloisa, declara em carta que lhe foi endereçada “ “Só não enxerga o que você está criando nas pessoas, usando o nome de Deus, quem é cego, pois eu vejo claramente, como já vi em outras épocas suas, um bando de pessoas insensatas, com ódio de tudo e de todos, que caem cegamente na sua pregação, criando um exército de intolerantes com seus semelhantes, e que, quando enxergarem, não vai ter psiquiatra e nem hospício suficiente para todos”. A opinião é de alguem que convive com ele na intimidade.
Assume um estilo debochado, irônico, bem ao perfil do que se enquadra a nova direita brasileira. Uma figura controversa. Chega ao ponto de questionar algumas leis de Newton. Em suma, um maluco. Estimula a mensagem do ódio e da divisão. Esse discurso transformou a política de nosso país numa barbárie. Para onde caminhamos?
Rui Leitão
Fonte: Rui Leitão
Créditos: Rui Leitão