Por Rui Galdino
Meus amigos, minhas amigas, meus caros leitores. Com o coração partido, lágrimas por todo lugar, já com saudade, vou tentar escrever algo sobre meu amigo Wilson Braga, que faleceu na noite de ontem (domingo), dia 17 de maio, por volta das 23 horas, aos 88 anos de idade, vítima deste famigerado coronavírus. Braga, morreu lutando pela vida e sem saber que sua eterna amada, Lúcia Braga, havia morrido na sexta-feira, dia 08 de maio, também pela mesma causa mortis.
Sertanejo simples, sem vaidades, homem de coragem, grande líder político, ajudou muito a Paraíba e também a muita gente. Teve uma vida política muito intensa, gostava do povo, tinha uma memória extraordinária, um coração bondoso, um carisma especial, era respeitado e admirado por todos, até mesmo, pelos seus mais ferrenhos adversários. Foi muito injustiçado e traído politicamente ao longo da vida. Na política, foi quase tudo ( vereador, prefeito, deputado estadual, deputado federal e governador ), menos senador da república.
O Projeto Canaã, que construiu os maiores açudes e barragens do estado e que transformou-se na redenção das águas, ainda hoje mata a sede dos paraibanos e o imortalizou para sempre. O Mutirão da Casa Própria, deu teto a milhares de paraibanos. Foi o melhor governador de todos os tempos para o funcionalismo público estadual. Foi líder estudantil, comunista, direitista, esquerdista e centrista. Tinha um grande senso de humor.
Empregou muita gente no estado e com bons empregos até hoje, pena, que muitos lhe abandonaram, sequer lhe visitavam nos últimos anos! Um certo dia, entre nossos encontros, ele me confidenciou que havia sido muito roubado, traído e abandonado por muita gente, mas que não tinha mágoas de ninguém. Era um homem bom e de grande coração. O conheci no seu auge político, trabalhei e convivi com ele por mais de 25 anos de maneira intensa, não foi fácil, pois, Dr. Wilson, era muito assediado dia e noite, e como um jovem assessor, tive que enfrentar muitos “casacudos braguistas” que me invejavam!
Passei por boas e por muitas, mas venci as tempestades de cabeça erguida e nunca abandonei o velho Braga. De assessor político-partidário, passei a ser seu amigo e confidente. Vi de tudo na convivência com Braga, altos e baixos, tanto na política, quanto na vida privada. Lúcia, mulher honrada e sua eterna companheira, o amava tanto, que de vez em quanto lhe criava problemas. Nunca baixei a cabeça para Dr. Wilson, por isso, ele me respeitava, admirava e confiava em mim. A nossa convivência era uma aventura sadia e sem maiores interesses.
Sei da importância de muita gente na vida do casal Braga, entre eles posso citar alguns: os motoristas Tadeu ( in memorian ), Chico e Frade. Quanto a Frade, merece um capítulo especial, não é apenas um motorista, se tornou um filho protetor, um amigo 24 horas por dia, o primeiro que Wilson chamava para tudo. O padre Albeni, outra pessoa que nunca lhe abandonou e que Wilson sempre lhe teve um carinho especial. Dona Gláucia Menezes, outra pessoa muito importante para o casal Braga. Meu amigo Fábio Arruda, também era uma espécie de filho e da alta confiança. E finalmente, o jovem Mangabeira, que chegou já no final da vida do casal Wilson e Lúcia Braga.
Pois bem, o pai das águas e pai dos pobres, o nosso eterno governador Wilson Braga, partiu, já não está entre nós, sem demorar muito foi ao encontro de sua amada Lúcia, de seus filhos Patrícia e Marcelo. Ficaram os netos Pedro, Wilson e Thiago e a filha Marianna. Desejo sucesso e tudo de bom para eles. Assisti seu sepultamento ao vivo pela TV Cabo Branco ( aquela que lhe roubaram no passado, lembram? ), chorei bastante e tive que tomar remédio para pressão. Vou parar por aqui… Ficarão como lembranças eternas os bons momentos em que convivemos e a música do Canaã, pois O VÔO DO CANAÃ, sempre fará brilhar o sol do novo dia. Que Deus o tenha!
Com o Vôo do Canaã só nos resta chorar e guardar na memória os bons momentos em que convivemos juntos. 👇🏿
Você também fez parte desta história. Como ele dizia: “ um grande abraço “. RUI GALDINO.
Fonte: Rui Galdino
Créditos: Rui Galdino