Os ideólogos da extrema direita, tremem nas bases, quando ouvem falar em socialismo. Na cabeça deles, socialismo é sinônimo de comunismo. Foram convencidos de que são conceitos iguais, e nunca se preocuparam em saber a diferença de um para o outro. Faz parte da tática alienante a que foram submetidos. Aprenderam que o socialismo é uma etapa para se chegar ao comunismo. Resistem em admitir que o socialismo é uma corrente de pensamento que se opõe ao comunismo, porque defende a democracia. É conveniente, portanto, acreditar que isso seja impossível.
Não querem entender, ou se esforçam para não aceitar, que possa existir o socialismo democrático. Interessante, que eles pregam posturas autoritárias de governo, desde que atendam os seus interesses. No Brasil contemporâneo, saem às ruas, reivindicando fechamento do congresso e STF, instituições que representam a democracia. Advogam a volta da ditadura militar e a edição do AI-5, o mais cruel dos atos institucionais do regime. Fazem questão de impor o medo do socialismo, como se fosse ideário marxista. O que não é verdade.
No socialismo democrático, se procura alcançar a igualdade entre os membros de uma sociedade, onde as decisões são tomadas pelo povo de forma participativa, mantendo os bens de produção, como bens coletivos, na luta pela diminuição das desigualdades sociais. Diferentemente do comunismo que substitui o conceito de propriedade, pelo de bens comuns, onde cada indivíduo recebe do Estado de acordo com as suas necessidades, numa economia, baseada na propriedade comum, proclamando a teoria de que a produção e o consumo alcançariam o equilíbrio.
O sistema comunista que conhecemos, historicamente, foi ou é, ditadura da extrema esquerda. Aí, se nivelam aos radicais da extrema direita. Ambos agem, politicamente, através de regimes autoritários instalados por métodos violentos de violação ao Estado Democrático de Direito. São antagônicos na ideologia, mas muito parecidos na prática política, porque se utilizam das armas, para chegar ao poder.
O socialismo democrático, por outro lado, ainda que proponha políticas de igualdade social, busca alcançar o poder pelo voto. A idéia é garantir um padrão de vida econômico decente, para todo o povo. Posiciona-se contrário à destruição dos direitos de cidadania das classes trabalhadoras. O poder do Estado é fundamentado na soberania popular. Tudo convergindo ao interesse público, respeitadas as diferenças e alimentadas as esperanças, no contexto social, impondo novos valores civilizatórios.
Essa paranóia anticomunista é a estratégia utilizada pela extrema direita, para reagir aos movimentos dos socialistas democráticos. Inserem, propositadamente, o termo “comunismo”, no medo popular, associando-o a pautas sociais progressistas, por conta das circunstâncias das disputas políticas. A retórica tem origem no fascismo e no pensamento reacionário, tentando confundir as pessoas, com a divulgação de que o socialismo ameaça destruir famílias, a moral e os bons costumes. Quando vemos o exemplo dos seus propagadores, percebemos, claramente, que não têm autoridade, por seus comportamentos, para que se dê crédito a essas ameaças. O ideário anticomunista chega até a justificar atos de violência. Quando recorremos à História, podemos identificar quem são, realmente, os inimigos do Estado.
Fonte: Rui Leitão
Créditos: Rui Leitão