Essa frase encontra-se no Lusíadas de Camões e representa uma observação que se faz desde os primórdios da humanidade, quando os povos passaram a ter comando, liderança.
O que se espera de quem assume a responsabilidade de governar, dirigir, administrar, é que seja um exemplo de bravura, coragem, determinação. Alguém a quem realmente se possa confiar o destino de um povo. Isso dá tranquilidade ao comandados, impõe admiração, estabelece obediência, energiza a força do trabalho, entusiasma a ação coletiva na busca do bem estar social.
Não basta parecer honesto, tem que ser honesto. Não é suficiente expor ideias e projetos, é preciso que saiba conduzir o processo de sua execução. Não deve se julgar o “dono das verdades”, necessário se faz compartilhar com os seu liderados o atendimento das demandas da coletividade. Não pode ser temido, tem que ser amado e respeitado. Não se acovarda quando os interesses do seu povo estiverem em risco. Espera-se do líder a reação de defesa imediata e forte.
Comportamentos contrários, como a subserviência aos mais poderosos, a passividade diante das dificuldades, a omissão por incompetência nos momentos em que crises são instaladas, a soberba como postura de governante, a cumplicidade com as práticas nocivas de gestão pública, fazem com que o povo se sinta desnorteado, de certa forma desamparado, ameaçado na sua soberania.
Por isso se diz que “um rei fraco faz fraca a sua gente forte”. A História, lamentavelmente, está cheia dessas figuras. A contemporaneidade também nos oferece essa experiência. Aqui e acolá estamos identificando “reis fracos” que colocam em situação de fragilidade aqueles que estão sob o seu comando. O que nos consola é saber que os “reis fracos” têm vida de majestade curta, porque de repente eles ficam “nus” diante dos súditos, e ao perderem o respeito e a confiança, perdem também o trono. Até porque “paciência tem limites”.
Do livro A ESSÊNCIA DA SABEDORIA POPULAR, editado em 2015.
Fonte: Rui Leitão
Créditos: Rui Leitão