GILVAN FREIRE
VIDENTECEGO – A vinda de Eduardo Cunha a Paraíba deveria terminar mesmo em tumulto. Ele é chefe de uma poderosa organização política brasileira, baseada no Congresso, que deseja escapar do cerco da população, porque lá todos estão bichados pela má fama. Tanto quanto ou mais do que o governo do PT e Dilma. Mas, por intermédio dele, os parlamentares querem desviar a atenção do povo e o foco da crise moral. Daí esse aparato de exibição em torno dele. Puro disfarce.
VIDENTECEGO – Se não há boas razões para festejarem Eduardo Cunha como líder, passando a falsa impressão de que se trata de uma grande figura da vida pública brasileira na atualidade, só porque contesta um governo agonizante do qual vem se servindo e se favorecendo há anos, também razão não sobra ao PT para satanizá-lo. O PT quer esconder seus pecados e transferir suas culpas para gente da mesma espécie. Melhor que eles parem com essa troca de lama. O povo não vai mais achá-los limpos.
VIDENTECEGO – O que faltou na Assembleia, para que a solenidade com a presença de Eduardo Cunha fosse completa, foram ovos jogados também de baixo para cima. Seria uma belíssima ovação. Digna deste momento de fúteis e inúteis promessas de mudanças pela via dos mesmos políticos que enlamearam o país. Talvez uns ratinhos descendo e subindo as galerias acrescentassem ao espetáculo de enganação cívica.
VIDENTECEGO – Enquanto Eduardo Cunha passava da defesa ao ataque desancando Estela e Anísio Maia, aos quais responsabilizou, junto com RC, pelos ataques ovínoros que sofreu na Assembléia, Ricardo Barbosa fugia dos ataques e caia em defesa do visitante controvertido, a quem pediu desculpas. Há algo nebuloso no ar fora das condições normais de inverno e chuva.
VIDENTECEGO – O procurador federal Carlos Fernandes Filho, que atua na Operação Lava-jato, deu o tom do que vem por aí. Abrindo a 11ª estação da varredura que já pôs muitos engravatados na prisão e deixou o PT, Lula, Dilma e o Congresso imersos nos porões da corrupção que deprime o povo brasileiro, disse que as apurações estão apenas começando nos escaninhos da ladroagem ramificada em vários organismos públicos da administração. Ou seja, o mar de sujeira é de tamanho Atlântico.