Tenho muito por dizer sobre os últimos 6 meses, PSOL, Câmara Municipal, Esquerda, Futuro (pessoal e coletivo), mas por hora, quero falar do Segundo Turno em João Pessoa, mais precisamente sobre o que e quem é o bolsonarismo.
É muito pouco dizer que bolsonarismo é o fascismo. É importante lembrar que essa posição ideológica representa o Poder Econômico, o Lucro acima da vida, a relação com o crime organizado não é uma realidade apenas brasileira, mas aqui essa relação é mais pública. Além disso, esse grupo atualiza valores autoritários e suas propostas práticas potencializam o racismo, o machismo, a LGBTQUIAPN+Fobia e a devastação do meio ambiente.
Dito isso, penso ser importante olharmos Queiroga e Cícero e perguntar qual dos dois representam o campo democrático? Para onde vai o campo popular? O que temos para o futuro?
Queiroga foi ministro da saúde de Bolsonaro, bate no peito para dizer que é desse campo político, não precisa dizer muito para afirmar o que ele é e quem representa, mas e Cícero Lucena, representa a democracia e o direito à vida?
Começo lembrando que todos os projetos apresentados pelo bolsonarismo na Câmara Municipal foram aprovados na Comissão de Constituição e Justiça, mesmo sendo todos inconstitucionais, nestes casos Cícero deu apoio, tanto que não vetou, se afastou para o vice vetar. Mas não para aí, Cícero representou o Poder Econômico desde o início da gestão com a composição de um secretariado que teve foco na saúde privada e construção civil, sendo responsável direto por ataque cruel ao meio ambiente.
Em ambas gestões vivemos o risco do alargamento das nossas praias
Mas Cícero é do campo democrático, será? Não, não é! A democracia está em risco com Queiroga e com Cícero, o crime organizado mandou nessas eleições, determinou quem poderia fazer campanha em algumas áreas da cidade e em quem as pessoas deveriam votar. Devemos seguir cobrando o aprofundamento das investigações que indiciou a filha do prefeito e prendeu a ex secretaria e a esposa de Cícero Lucena.
Uma parte do Campo Popular está sem direção, fazendo alianças em troca de migalhas pontuais, seja em gestão ou no parlamento. Outra parte está sem força para reagir e construir caminhos, ainda preso a movimentações atrasadas, fincada no hegemonismo em busca de segurar o pouco que tem, sem perceber que esse pouco é nada perto do que teremos pela frente.
As eleições municipais, em todo país, mostraram que o Poder Econômico está disposto a tudo para ampliar cada vez mais seu lucro com a super exploração.
Se por um lado o futuro sempre é incerto, por outro ele aponta o aprofundamento do que tem de pior na política, ameaçando nossa liberdade, nossos direitos, nossas vidas.
No PSOL e na esquerda como um todo, antes e durante as eleições, alertei para o risco de Queiroga no segundo turno com Cícero, representando o mesmo modelo de gestão, mas muitos não quiseram perceber, seja por já está com Cícero desde o primeiro turno (explicitamente ou em uma suposta neutralidade), seja por olhar apenas para seus projetos de construção interna.
Tárcio Teixeira
Ativista Social