Não é de hoje que o PMDB da Paraíba não tem um direcionamento certo a seguir, que não sabe se vai ou se fica, que lança candidaturas fadadas ao fracasso e que, em uma tentativa de recuperar a glória de outrora, acaba atropelando etapas e metendo os pés pelas mãos.
O racha existente entre as vertentes internas do partido é explícito e mostra que as lideranças não conseguem se unir mesmo com a perspectiva de eleger o próximo governador do estado. O fato é que o interesse pessoal de cada um fala mais alto na hora que as decisões precisam ser tomadas.
O primeiro grupo encabeçado por José Maranhão, busca a candidatura própria, mas esbarra na falta de apoio e na descrença de que o senador consiga governar o estado pela quarta vez. E esse movimento começa de dentro para fora, talvez a única grande liderança peemedebista que demonstra confiança em Zé é exatamente o clã Paulino, que sempre foi fiel a essência do partido. A candidatura de Zé caminha para o ostracismo antes mesmo de ser oficializada. Deixando claro que no fim é a vontade de Maranhão como presidente da legenda que vai contar.
Do outro lado temos o vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Júnior, buscando de todas as formas unir as oposições em todo da candidatura de Luciano Cartaxo para, assim, ascender a condição de prefeito da capital. Diga-se de passagem, uma missão mais fácil, já que Cartaxo tem um certo favoritismo frente aos outros candidatos da “aliança” e Manoel ainda consegue disfarçar o seu desejo pessoal de ser prefeito com interesse partidário, já que o PMDB comandaria a maior Prefeitura do estado.
E ainda temos a ala governista, composta por Veneziano Vital do Rêgo, Hugo Motta, Nabor e o senador Raimundo Lira, que apesar de declarar apoio a Maranhão, é conhecidamente aliado de Ricardo Coutinho e sabe que, com a (talvez) isolada candidatura de Zé, sua reeleição ao Senado fica mais distante.
O posicionamento de Maranhão também pode custar a eleição proporcional do PMDB, que se brincar, consegue fazer apenas um ou no máximo dois deputados federais, contando com as iminentes saídas de Vené e André Amaral dos quadros do partido. Restam Hugo Motta e algum ourto candidato que o PMDB escalar, muito provavelmente Roberto Paulino. E pra piorar, segundo fontes internas do partido, Hugo também pode sair pela tangente em busca de legenda para se reeleger.
Isso sem falar que o racha interno já custou caro a bancada do partido na Assembleia Legislativa que perdeu o hoje presidente da casa, Gervásio Maia, além do deptuado Trócolli Júnior.
Toda essa briga desgasta ainda mais a legenda na Paraíba e acaba levando para um caminho sem volta a relação entre membros e partidários que ao longo dos anos aprenderam a admirar a forma como o PMDB sempre fez política.
Fonte: Leandro Borba
Créditos: Polêmica Paraíba