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O petróleo é nosso - Por Rui Leitão

Na década de quarenta do século passado eram descobertas reservas de petróleo na Bahia, o que levou à deflagração de uma das mais memoráveis campanhas em defesa de nossas riquezas naturais. Uma frase pronunciada por Getúlio Vargas na oportunidade, fez nascer o lema “O PETRÓLEO É NOSSO”. Essa frase havia sido criada por Otacílio Raínho, professor e diretor do Colégio Vasco da Gama, no Rio de Janeiro, um marqueteiro casual. O país se mobilizou no sentido de proteger esse que seria o mais novo filão de fortuna do nossos recursos naturais.

Na década de quarenta do século passado eram descobertas reservas de petróleo na Bahia, o que levou à deflagração de uma das mais memoráveis campanhas em defesa de nossas riquezas naturais. Uma frase pronunciada por Getúlio Vargas na oportunidade, fez nascer o lema “O PETRÓLEO É NOSSO”. Essa frase havia sido criada por Otacílio Raínho, professor e diretor do Colégio Vasco da Gama, no Rio de Janeiro, um marqueteiro casual. O país se mobilizou no sentido de proteger esse que seria o mais novo filão de fortuna do nossos recursos naturais.

Entre os anos de 1947 e 1953, a nação assistiu uma luta entre os que defendiam a criação de uma empresa estatal que pudesse explorar com exclusividade o petróleo então descoberto e os que queriam as atividades de prospecção, refino e distribuição, entregues a empresas privadas, estrangeiras ou brasileiras. De um lado os que se proclamavam “nacionalistas”, de outro os que foram classificados como “entreguistas”.

A campanha do “PETRÓLEO É NOSSO” mobilizou o Brasil, conquistando a adesão de profissionais liberais, militares, estudantes, jornalistas e intelectuais. Antes disso, porém, destacava-se na liderança desse movimento o escritor Monteiro Lobato,quando lançou o livro O Escândalo do Petróleo, no qual acusava o governo de “não perfurar e não deixar que se perfure”. O livro esgotou várias edições em menos de um mês, embora censurado por Getúlio em 1937. Monteiro Lobato acaba sendo preso em 1941, por causa de uma carta que enviou para o presidente Getúlio Vargas no qual denuncia a política do Departamento Nacional de Minas de “Não tirar e não deixar que tirem” o petróleo em território nacional. O debate ganhava intensa repercussão política. Os temas do nacionalismo, do desenvolvimento e libertação econômica recebiam apoio político e popular.

Getúlio Vargas, já eleito Presidente da República, pressionado pela repercussão junto à opinião pública, chegou a se manifestar da seguinte forma: “Somos contrários, sim, à entrega dos nossos recursos naturais, de nossas reservas ao controle de companhias estrangeiras, em geral a serviço do capital monopolista. Falemos claro, o que é imprescindível – a defesa nacional -, se constitui alicerce de nossa soberania, não pode ser entregue a interesses estranhos, deve ser explorado por brasileiros com organizações preponderantemente brasileiras e, se possível, com alta participação do Estado”.

Em 03 de outubro de 1953, oficializava-se a vitória do movimento “O PETRÓLEO É NOSSO”, com a criação da PETROBRAS, garantindo autosuficiência do Brasil na exploração dessa riqueza natural. A campanha pelo petróleo foi, portanto, um dos grandes momentos da história de nosso país. A História nos ensina, embora muitos insistam em não querer aproveitar os seus ensinamentos. O novo Ministro de Minas e Energia coloca como ponto prioritário do seu trabalho à frente da pasta, a privatização da PETROBRAS, contrariando a consciência firmada de que o petróleo é fundamental para a soberania nacional e que, para tal, deve estar sob controle de uma empresa inteiramente brasileira. Interesses antinacionalistas vêm trabalhando pelo esquartejamento da empresa, desprezando o entendimento de que a questão do petróleo é uma questão de soberania. Ao invés de ser privatizada, a PETROBRAS precisa voltar a ser cem por cento brasileira.

Necessário se faz que haja uma reação contra a venda de ativos e desmonte da PETROBRAS, por reconhecê-la geradora de conhecimento, tecnologia e impulsionadora do nosso desenvolvimento.

 

Fonte: Rui Leitão
Créditos: Polêmica Paraíba