Opinião

O óleo nas praias do Nordeste desnuda a hipocrisia da agenda ambiental no Brasil - por Felipe Nunes

O que chama a atenção, no entanto, é o silêncio ensurdecedor daqueles que há poucas semanas realizavam protestos pelo fim das queimadas na região da Amazônia. 

O óleo que se espalha pelas praias da região Nordeste desnudou a hipocrisia da agenda ambiental no Brasil. As primeiras manchas surgiram no litoral paraibano há quase dois meses, e se espalharam por quase todo o litoral da região nas semanas seguintes, causando prejuízos sem precedentes à vida marinha. O que chama a atenção, no entanto, é o silêncio ensurdecedor daqueles que há poucas semanas realizavam protestos pelo fim das queimadas na região da Amazônia.

Sem retirar a importância no debate sobre a floresta, o óleo nas praias brasileiras já é considerado um dos maiores danos ambientais da história do país. O ecossistema marinho levará décadas para se recuperar do estrago provocado pelo petróleo, mas nada disso foi capaz de sensibilizar os ‘defensores da floresta’ contra os causadores do problema na costa brasileira. As investigações preliminares apontam que a causa do vazamento vem de fora, pois o DNA do petróleo é venezuelano.

O fato é que as circunstâncias atuais não permitem partidarizar o assunto, como aconteceu no debate sobre as queimadas. Um arremedo de indignação pôde ser notado pelas redes sociais neste sábado (19), quando parte dos ‘defensores da floresta’ despertaram do seu sono para cobrar do Governo Federal soluções para o problema causado pelo petróleo estrangeiro.  Nem um pio sobre as causas do dano ambiental.

No final das contas, não são esses progressistas verdes que estão ajudando a minorar o caos. Enquanto órgãos como o Ibama e Marinha monitoram a costa e tocam as investigações, são os homens comuns do Brasil que estão indo às praias colocar a mão na massa para sanar o dano que ameaça o Brasil. Enquanto isso, os indignados seletivos  do meio ambiente continuarão com sua hipocrisia, escondendo-se atrás de uma tela eletrônica e planejando a “hora certa” para executar a próxima lacração.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Felipe Nunes