Só os terraplanistas acreditam que o mundo não gira. As coisas mudam com o passar do tempo. E, muitas das vezes, se alteram de repente, pegando a todos de surpresa. Por isso nunca devemos deixar de lutar por nossos sonhos. O importante é não desanimar e seguir em frente na resistência, porque a escuridão da noite com certeza sempre vai dar lugar à luminosidade de uma manhã de esperança.
Essas considerações iniciais têm a ver com a notícia “bomba” de hoje a tarde, quando o ministro Fachin, do STF anulou todas as decisões adotadas contra o ex-presidente Lula pelo conluio arquitetado por aqueles que integravam a força tarefa da Lava Jato, que nos acostumamos chamar de “república de Curitiba”. O processo de desmoralização desse movimento que se autoproclamava de combate à corrupção já vinha se acelerando. Todavia, todo mundo foi pego de surpresa. Muito mais, porque a autoridade judiciária que pôs a última pá de cal nas artimanhas dos meninos e meninas liderados pelo ex-juiz Moro e o procurador Dallagnol, foi exatamente aquele que se destacou como o maior defensor desse grupo. Enfim se convenceu que a sujeira não poderia mais continuar sendo lançada para debaixo do tapete.
O cenário político, a partir de hoje, ganha uma dinâmica que ninguém poderia prever que fosse acontecer assim, tão repentinamente. O jogo está zerado. A retomada dos direitos políticos de Lula, colocando-o novamente no campo de luta, muda completamente o embate eleitoral programado para 2022. Ele retorna rejuvenescido e com a mensagem de que vale a pena persistir, ainda que sofrendo injustiças e perseguições. O líder petista, outra vez, é colocado na lista legal de candidatos à presidência da república. Lembro que, até poucos dias, seus ferrenhos adversários, talvez melhor seria classificarmos de inimigos, gritavam que Lula era peça caída no tabuleiro do nosso xadrez político. Não é o que estamos percebendo. O ânimo parece ter aflorado entre os que o admiram. O grito de “sem medo de ser feliz” ecoa novamente por todo o território nacional.
A lição que temos para aprender, é que ninguém pode cantar vitórias antes do tempo. Seus contendores na política já imaginavam que se repetiria a ausência dele na refrega eleitoral do próximo ano, o que, convenhamos, alimentava a expectativa de que poderia reafirmarem-se como vencedores no pleito vindouro. Sem dúvida alguma, a polarização política vai se acentuar. É indiscutível a dimensão estrondosa que o fato produz.
Agora, já que se libertou do julgamento jurídico-midiático a que foi submetido, atropelando tudo o que se possa entender como devido processo legal, ele agora vai se apresentar para ser julgado pelo povo. Aí sim será o grande e verdadeiro veredicto. Nesse jogo que começa a partir de então, ele não será mais o troféu a ser conquistado por juiz e procuradores corruptos, e sim pelo povo. Não prevalecerá mais os arranjos articulados numa explícita mobilização persecutória. Os julgadores serão milhões de brasileiros, na manifestação soberana da vontade democrática do povo.
Como diria José Américo de Almeida: “Ninguém se perde na volta. Voltar é uma forma de renascer”.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Rui Leitão