Através da internet, pelas redes sociais, constrói-se o mundo das aparências. Criam-se personagens e realidades conforme os interesses individuais ou de grupos. Atores de uma peça teatral cujo roteiro insistem em definir de acordo com as próprias conveniências. A era do fingimento. O universo virtual produzindo a imagem que desejam fazer com que os outros a enxerguem.
O lamentável é que muitos tentam usar a máscara da perfeição e enganam a si mesmos. Procuram esconder a essência da própria alma. Forjam exibições que desprezam o encanto interior e os valores morais para se transformarem em indivíduos frívolos e superficiais. Julgam que é mais importante o “parecer” do que o “ser”. É a situação em que a mediocridade triunfa.
Gostam do “mundo do faz de conta”. É difícil valorizar sonhos quando se perde a autenticidade. Presos à mentira, se distanciam das oportunidades de criarem os próprios caminhos. São reféns do pensamento alheio, uma vez que a primeira intenção é conquistar a aprovação da sociedade em que vivem. Contrariam, muitas vezes, a própria consciência para não correrem o risco de sofrer críticas.
Há um velho ditado popular que diz: “nem tudo que reluz é ouro”. Vivem num mundo em que só enxergam os outros pela aparência e não pelo que verdadeiramente são. Daí a necessidade de criarem disfarces que possibilitem a recepção de elogios e aceitação social.
Belchior em uma de suas canções diz: “Quantas vezes nós fingimos alegria, sem o coração sorrir/Quantas noites nós deitamos lado a lado, tão somente pra dormir/Quantas frases foram ditas com palavras desgastadas pelo tempo, por não ter o que dizer/Quantas vezes nós dissemos eu te amo, pra tentar sobreviver”. É o império da hipocrisia, da dissimulação. Estamos envoltos nessa compreensão de que o mundo das aparências pode nos trazer felicidade. Ledo engano.
Fonte: Rui Leitão
Créditos: Polêmica Paraíba