OS COSTUMES GAYS, A VIADAGEM DE MODA, AS REGRAS SOCIAIS, O JUIZ E A CURA E AS REAÇÕES DAS MINORIAS ORGANIZADAS
Nunca foi fácil vencer preconceitos arraigados milenarmente na cultura universal e nem parece ser possível abolí-los em breve tempo. A cultura dos povos é produto de fatos e fenômenos repetidos durante anos ou séculos a fio, que tomam as feições de verdade absoluta, impondo-se com força de lei.
Apesar disso, a ciência e o conhecimento vivem a desafiar essas coisas costumeiras, desfazendo os mitos e as ‘verdades’, dando lugar a grandes mudanças na capacidade de percepção e interpretação dos indivíduos.
E, veja-se, nem de longe o cérebro humano está perto de esgotar ao menos cincoenta por cento de sua capacidade de processar informações e de entender bem a si mesmo e o mundo exterior. Ou seja : ainda cabe nele uma imensidão de possibilidades de virar o universo às avessas, quebrando padrões e formas estabelecidas.
Nesse sentido, a compreensão contemporânea de que as sociedades humanas precisam salvar o planeta para garantir a permanência da espécie, obriga o entendimento de que a vida humana há de ser compartilhado com a vida vegetal e a vida animal, tal qual parece ser o sentido da obra do Criador.
Isso é revolucionário, conceitualmente falando, e remete a outra dimensão na forma de ver e entender o mundo.
Mesmo assim, são incontáveis os conflitos que os povos enfrentam quando se trata de abrir mão de suas regras costumeiras, especialmente quando os costumes estão baseados em princípios das religiões e crendices, notadamente quando confrontadas com as ciências e seus processos investigativos.
QUEM É O HOMEM ? Eis aí a questão principal e o material objeto da mais ampla cobertura analítica da pesquisa científica em todos os períodos da História Humana, envolvendo todos os ramos de todas as ciências, só tendo um concorrente distante que é entender o funcionamento do próprio Universo.
Os seres humanos são caracterizados em princípio pela tipologia anatômica, que faz deles, diferentemente dos animais e suas diversidades de formas, um elemento padrão, com formato pré-estabelecido, diferenciado apenas pela divisão macho-fêmea e na fisiologia dos aparelhos de reprodução .
É por isso que, ao longo da História Humana, desde os homens primitivos, as deformidades corporais criaram tanto espanto nas sociedades, chegando ao ponto assustador de crianças deformes serem condenadas sumariamente à morte, identificavas e jogadas nos abismos, como acontecia na Esparta antiga e Roma, antes do Cristianismo.
Não faz muito tempo. Em 25 de junho de 1939, Adolf Hitler ordenou ao médico nazista Karl Brandt que eliminasse Gerhard Krestschmar, a pedido de seu próprio pai, porque teria nascido cego, maneta, zambeta e idiota, um monstro no entender de seu genitor. A criança de apenas cinco meses foi executada com uma dose alta de Luminal.
Em 1 de setembro de 1939, no mesmo dia em que começou a II Guerra, o imperador dos infernos regulamentou seu programa de eutanásias, T4, destinado a matar todos os portadores de ‘ mongolismo, microcefalia, hidrocefalia, deformidades nos membros ou na coluna e paralisia’, dando aos médicos a capacidade de decidir, aplicando-lhes uma morte’ piedosa. A partir daí surgiram outros atrocidades inomináveis, inclusive contra os gays e os judeus, estes por intolerâncias raciais.
A LUTA DOS GAYS CONTRA AS DESCRIMINAÇÕES E A DITADURA DAS FORMAS ANATÔMICAS ESTABELECIDAS
É forçoso concluir de início que os gays não são deformes, não têm anomalias limitantes ou incapacitantes, razão talvez sobeja para encarar o fenômeno sob o ângulo da sexualidade e da afetividade, envolvendo prazer, comunhão de interesses e afeições. Lembrando, contudo, que entre os trans ocorrem mutilações e inovações artificiais que alteram o padrão anatômico.
Não é de surpreender que uma sociedade conformada com os biotipos consolidados, tenha intolerâncias de variados tons quando põe os olhos sobre os casos concretos, especialmente porque o ativismo gay enfrenta o problema pela forma da exibição pública, o meio que considera adequado para vencer as resistências e promover uma adaptação dos costumes.
Muito embora no reino animal seja frequente a prática da homosexualidade, em algumas espécies com índice bastantes elevados ,as razões são obviamente diferentes. Entre os indígenas também ocorre, valendo aí o mesmo padrão anatômico, havendo sentido cultural também muito diferenciado.
Em âmbito psicológico, onde residem possivelmente os maiores problemas, que dizem respeito ao duelo entre identidades em busca de autoafirmação, parece certo que a equação do fenômeno não está resolvida, subsistindo questionamentos que alimentam o imaginário coletivo, motivo suficiente para não ser se desprezar as prováveis calosidades psíquicas, sujeitas ainda a observação e estudos, o que não coloca o juiz da causa gays na mira do fuzilamento sumário.
A guerra, portanto, não é só com a sociedade conservadora que age de acordo com seus costumes seculares, é de modo mais profundo com a anatomia e a fisiologia dos humanos. E não se diga, simplisticamente, que é uma questão de liberdade de opção de gênero e de uso livre do corpo. Fosse assim, se poderia dispor da própria vida livremente.
Certo que a questão está posta não só para que o mundo e a natureza conhecida sejam reavaliados, mas, quem sabe, para a construção de um novo mundo. Uma coisa, entretanto, parece evidente : há também nesses movimentos gays uma onda de viadagem e exibicionismo panfletário, um modismo induzido que afronta mais do que convence. A não ser que a espécie humana esteja evoluindo para negar suas próprias formas padrões, o que põe em cheque a todos, gregos e troianos.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: gilvan freire