Opinião

O futebol é o puro suco da vida! - Por Marcos Thomaz

Foto: freepik

O futebol é o puro suco da vida! - Por Marcos Thomaz

Nada, nenhuma manifestação cultural, fenômeno de massa espelha mais o cotidiano que o esporte mais praticado do mundo.

Assim mesmo, “nu e cru”, carregando as cores e as dores da vida, incluindo aí todas as chagas e feridas sociais expostas.

Mas, nestes dias que correm, o “mundo da bola” resolveu elevar ao máximo esta coisa de ser o microcosmo da sociedade.

A Revolução da bola

O mesmo futebol que se mobiliza politicamente, que faz dos seus negros descendentes de africanos, egressos de colônias francesas, porta-vozes contra a extrema direita.

…Que se engaja e ajuda a mudar resultado eleitoral (aprende Neymar e Cia).

Lá na França, onde imigrante é incômodo social nas ruas, mas glória nacional no esporte.

Quando vencem viram “esses negros maravilhosos!”

Ou seja, o colonizado é francês quando brilha em campo, nas quadras, no tatame etc e tal.

Tal qual a dupla de espanhóis Lamine Yamal e Nico Willians.

Dois jovens cruciais para levar a Roja ao posto de maior campeã européia (4 títulos).

Logo ela a ultra-conservadora região ibérica, palco da maior quantidade de episódios racistas no futebol, ultimamente, onde o brasileiro Vinícius Jr. ergue punho e baila contra os gritos de macaco.

Olha o plot twist da história?! Dois negrosprotagonizando a glória continental da Espanha preconceituosa na bola. Sim, racistaem seu tecido social (vide mais de uma dezena de manifestações em territórios diferentes da mesma nação).

Nem o pai do Yamal, marroquino, escapou do sentimento xenófobo tão cristalizado no eurocentrismo.

Seria acaso uma das maiores nações da América espanhola ecoar este brado preconceituoso da Terra Mãe?

Poderia aqui falar da singela imagem de um jovem Messi segurando em uma banheira o ainda bebê Yamal em ação da Unicef de 17 anos atrás

Mas, não há qualquer ingenuidade no paralelismo entre colônia e colonizador, no caso.

Está no DNA

É herança cultural suja e podre, mesmo.

A vizinha Argentina, contumaz perpetradora de todo tipo de racismo nas fronteiras sulamericanas resolveu amplificar sua vergonha a nível mundial.

Após o título da Copa América todo o elenco em uníssono cantando côro preconceituoso contra os franceses (vice para os argentinos no último mundial) e seus ancestrais.

Surpresa zero a quem pratica estes e outros despautérios toda rodada de competição internacional aqui no hemisfério sul.

Eu disse toda rodada, jogo sim, jogo também, tem um hermano imitando macaco em nossa direção.

E ainda me “pululam macaquitos” do lado de cá virando hinchas argentinos convictos, do Ceará ao Amapá.

Estas loucuras daqui, dentre os trópicos!?!

Fato é que após o escândalo de repercussão mundial, uma ou outra nota de arrependimento solta por aí, o governo do país platino fez o que foi posto para fazer: atacar o mundo, reforçar o sentimento preconceituoso, disparar mais absurdos e impropérios…

Até Ministro foi demitido por ter a razoabilidade ética e diplomática de condenar episódio dos seus compatriotas.

O senhor Milei, infelizmente, não é obra do acaso, é um réquiem para a tradição racista argentina, aquela terra que há coisa de dois séculos tinha 30% de sua população negra e em um “passe de cura étnica”, não tem nem 2% do seu povo neste perfil mais.

Uma bem sucedida europeização.

Ainda falando em Novo e Velho Mundo, o tal gringo, entra século, sai século, não muda sua visão sobre as oportunidades além mar.

Parece a sina histórica da nossa bela e besta província.

Lágrimas de Crocodilo americano

O estadunidense John Textor,  dono do Botafogo, tenta a todo custo ganhar no grito em solo tupiniquim.

Além de chorar como um bom botafoguense,  critica toda a estrutura cultural/comportamental brasileira quando no final quer se valer destas práticas carcomidas.

Conhecemos esta praxe.

Ataques a tudo e todos, denúncias graves de corrupção generalizadas, aponta erros e amadorismo alhures…

Bagunça tudo, confunde opinião pública e tenta assim impor suas vontades, desejos.

Já pediu cabeça de presidente da CBF, ao vivo no ar em rede nacional (ok, eu também quero, mas não posso).

Ingere, diuturnamente até em administração de outros clubes (defendeu a indefensável SAF do Vasco).

E a última boa nova do ianque redentor (sempre será um filho do Tio Sam a salvar o mundo, lembra?) foi pedir teto salarial no Brasilcontra a ameaça do “todo poderoso” Bahia!

Veja só!!

Onde já se viu um nordestino afrontar assim o senhorio nacional e internacional?

Textor se referia aos petrodólares do grupo City, dono do tricolor da Boa Terra.

Ok, tem grana jorrando nas bandas do Fazendão, mas quem pediu controle financeiro não foi o independente, solo, ainda clube raiz brasileiro e rival do Bahia, Vitória!?!

O chorão é o representante do Botafogo, responsável, simplesmente, apenas este ano, pelas duas maiores compras de jogadores da história do futebol brasileiro!?!?!

O futebol é, ou não é, o reflexo da vida?

*Este espaço é opinativo. As ideias e conceitos neles contidos não representam o pensamento e linha editorial do site, mas refletem a opinião pessoal do autor