Opinião

O Fundão da Confusão: Qual o Critério de Repasse do Dinheiro para os Candidatos? - Por Gildo Araújo

O Brasil é realmente um País peculiar, hoje estamos trazendo à baila um tema sobre o tão famoso e decantado Fundo Especial de Financiamento de Campanha, mais conhecido como Fundo Eleitoral ou Fundão, cuja sua criação teve como finalidade destinar recursos para financiar as campanhas eleitorais dos políticos brasileiros em todas as suas esferas. 

 

O Brasil é realmente um País peculiar, hoje estamos trazendo à baila um tema sobre o tão famoso e decantado Fundo Especial de Financiamento de Campanha, mais conhecido como Fundo Eleitoral ou Fundão, cuja sua criação teve como finalidade destinar recursos para financiar as campanhas eleitorais dos políticos brasileiros em todas as suas esferas.

Um fato que vem despertando a curiosidade da população brasileira é entender como se dão os critérios adotados para a distribuição do fundo eleitoral. No caso específico da Paraíba, já se começa a perceber várias polêmicas de candidatos de partidos importantes que não estão tendo acesso a esses recursos.

Durante toda semana passada, a imprensa paraibana trouxe essas possíveis distorções para uma ampla discussão, o que provocou diversas manifestações; uma delas, aconteceu no Partido Socialista Brasileiro (PSB), em que o deputado estadual Ricardo Barbosa que postula uma vaga na Câmara Federal disse está insatisfeito com a postura do deputado Gervásio Maia, presidente de seu partido, já que que não está cumprindo com o que foi anteriormente acordado.

Em sequência, o mesmo sentimento de injustiça veio através do deputado Hervázio Bezerra (PSB), que tenta sua reeleição, e também fustigou o deputado Gervarsinho por ter repassado R$ 500 mil do Fundo Eleitoral para a candidata Gilma Germano, esposa do deputado estadual Buba Germano (PSB).

E não para, esse mesmo embate também aconteceu no Partido Liberal (PL), quando vários parlamentares manifestaram preocupação de que até o momento nenhum candidato ter recebido qualquer quantia, o que provou uma grande repercussão, fazendo com que o deputado federal Wellington Roberto, presidente do partido na Paraíba, concedesse várias entrevistas justificando os motivos pelos quais os recursos ainda não chegaram para os candidatos e candidatas.

A verdade é que a justificativa do parlamentar não convenceu ninguém que possui senso crítico. O que fica bem evidente é que parece não existir uma regulamentação para definir os critérios de como deve ser feita a distribuição do Fundo Eleitoral, pois até o momento está mais do que evidenciado de que quem for amigo dos presidentes de seus respectivos partidos ou quem estiver apoiando o “dono” dos recursos recebe mais rápido e em maior quantidade, e quem não for, só resta cair no muro das lamentações.

Tudo isso que está acontecendo é mais uma prova inconteste da ineficácia desse tal de Fundão, pois só tem criado confusão. Talvez esses 5 bilhões aplicados na saúde, educação, agricultura e infraestrutura fosse bem melhor investido para o povo brasileiro.

A verdade é que essa discrepância de benefícios para uns e outros não, leva ao cidadão de boa índole como o senhor Manoel Messias, candidato a governador da Paraíba pelo Partido da Causa Operária (PCO), a não mais acreditar numa transformação da sociedade. Um homem simples que ao ser entrevistado chegou ao ponto de chorar porque não dispunha de recursos para tocar sua campanha. Está aí a razão do porquê de vários cidadãos e cidadãs não aceitarem ser candidatos ou candidatas. Para o pobre é assim, como diz a canção Água de Março “…É pau, é pedra, é o fim do caminho…”(Antônio Carlos Jobim).

Até quando a sociedade irá aceitar tudo isso? Será que vamos continuar em “berço esplêndido” assistindo esse tipo de aberração, onde só os abastados têm direito de ser eleito?  Por aqui, ficamos ainda na esperança de vermos um dia esse País melhorar, para isso é preciso continuar acreditando que só com o voto consciente poderemos ter uma Paraíba e um Brasil do jeito que sonhamos. Quem viver, verá!

 

Fonte: Gildo Araújo
Créditos: Polêmica Paraíba