Opinião

O dia da consciência negra e o dia da vergonha verde oliva - Por Ronaldo Cunha Lima Filho

O dia da consciência negra e o dia da vergonha verde oliva - Por Ronaldo Cunha Lima Filho

“Será…
Que já raiou a liberdade
Ou se foi tudo ilusão
Será…
Que a Lei Áurea tão sonhada
Há tanto tempo assinada
Não foi o fim da escravidão…”

Nessa estrofe do belíssimo samba enredo da Mangueira/ 1988, de autoria de Hélio Turco, Jurandir e do meu querido amigo Alvinho, vê-se que a opressão ao negro ainda é uma triste realidade. E de fato é!

Por isso defendo políticas públicas de inclusão como por exemplo a lei de cotas, (lei 13.146/2015), dentre outras, que buscam diminuir a desigualdade secular.

O princípio da isonomia deve ser lido da seguinte forma: “tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais” Assim é que deve ser.

Ao passo em que se comemorava o dia da consciência negra, em Brasília eclodia um escândalo inimaginável: alguns golpistas cogitaram matar o presidente Lula, seu vice, Geraldo Alckmin e o ministro do STF, Alexandre de Morais. Pasmem!

Naturalmente devemos aguardar o desenrolar das investigações. Todos têm direito à ampla defesa, mas a julgar pelos fortes indícios até aqui colhidos, estamos diante de um dos mais abjetos episódios da nossa vida republicana. Ou não?

Entre os conspiradores a maioria era do exército. Então podemos dizer: foi o dia da vergonha verde oliva.

Há quem duvide da existência do conluio, o tempo irá revelar a verdade.

Particularmente acredito que lá atrás houve sim uma tentativa de golpe, mas sem assassinatos, (ou coisas do gênero) Uma investida dessa magnitude só lograria êxito se os insurgentes contassem com o apoio da maioria das forças armadas e isso, claramente, eles não tinham..

Bolsonaro tem sua parcela de culpa. Ao insistentemente questionar a lisura das urnas eletrônicas e aqui acolá abraçar discursos claramente golpistas, pavimentou o movimento de 8/1, cujos desdobramentos ainda não estão de todo claros.

Vê-se um exagero injustificável na aplicação de penas aos cabeças da intentona, pelo paladino Alexandre de Moraes. E quem mais seria?

O ministro está em todas. É o caso de um colegiado de um homem só. Seus pares, os outros 10 ministros, deviam se compadecer e chamar pra si pelo menos os inquéritos onde o douto magistrado preside e é vítima ao mesmo tempo, pois do jeito que vai o ministro *Alexandre vai terminar tendo uma estafa. Aí os seus pares vão ter que trabalhar mesmo que não queiram ou então que se aposentem uma logo de uma vez Ninguém vai nem perceber.