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O DESMORONAMENTO DA LAVA JATO - Por Rui Leitão

Tudo que é construído alicerçado na má intenção, por arquitetos da maldade, um dia desmorona. As verdades não ficam ocultas por muito tempo.

Tudo que é construído alicerçado na má intenção, por arquitetos da maldade, um dia desmorona. As verdades não ficam ocultas por muito tempo. Elas se mostram quando menos se espera. É o que está acontecendo com a operação Lava Jato. Muita gente embarcou no engano de que se tratava de um processo de combate à corrupção. E ainda há quem teime em não querer enxergar o óbvio. O escândalo do vazamento das mensagens trocadas entre procuradores e o ex-juiz Moro, integrantes do que costumam chamar “república de Curitiba”, tem revelado a sua face maligna, dando celeridade ao seu declínio.

A Lava Jato provocou muito barulho, intervindo de forma direta e propositada, nas estruturas políticas de nosso país. Abusou, com aplausos de muitos, inclusive da grande mídia, da estratégia de combinar prisões provisórias e delações premiadas, no intuito de condenar os que seus componentes elegiam como adversários (talvez melhor classificar como inimigos) políticos.

Foi criado um cenário favorável às artimanhas jurídicas que praticavam despudoradamente. Mesmo assim, conseguiram manter um inquestionável índice de aprovação popular. Eram apontados como “heróis”, “salvadores da pátria”. Ganharam fama e dinheiro. O comandante dessa farsa conquistou até o cargo de ministro da justiça do governo que ajudou a eleger.

A expectativa de que a operação mudaria a política nacional por dentro começou a se desfazer em 2019, na aliança do lavajatismo com o bolsonarismo. Todo mundo sabe que foi uma relação tumultuada, desfeita no ano passado. Os antigos aliados tornaram-se adversários no campo ideológico da extrema direita. A imagem do ex-juiz passou a ser desconstruída pelo próprio governo do qual fazia parte. Na sua obcecada vontade de manter-se na mídia e buscando alternativas lucrativas para viver, aceitou ser contratado por uma consultoria norte-americana que tem entre os seus principais clientes, justamente as empresas alcançadas pela determinação persecutória da Lava Jato. Sua conduta ética recebeu contundentes questionamentos.

Os diálogos expostos ao conhecimento público pelo Intercept Brasil, demonstrou o conluio entre Ministério Público do Paraná e o então juiz Moro, na condução de inquéritos e ações penais que tinham como troféu maior o ex-presidente Lula. Daí por diante foram se acumulando as derrotas, tanto no campo político, quanto no universo jurídico, que a Lava Jato vem experimentando.

O caso “Vaza Jato” continua a provocar desdobramentos. Os escândalos se sucedem. Tornaram-se explícitas as suspeitas que existiam sobre os procedimentos da operação. Inadmissível um juiz comandar as acusações em processos que ele mesmo tinha a responsabilidade de julgar. A parcialidade escancarada comprometendo o exercício do “estado de direito”. A justiça adotando métodos controversos e com viés político para condenar os “inimigos”, no discurso falso de que estavam combatendo a corrupção. Na verdade, o que se observa hoje é de que estavam trabalhando para atender interesses espúrios, praticando todo tipo de absurdo jurídico, constituindo-se na maior armação jurídico-política da história nacional. O autoritarismo colocado como marca da operação, desrespeitando regramentos jurídicos que primam pela isenção e a equidistância entre partes envolvidas.

O fim melancólico da Lava Jato deve servir de lição para que não sejamos iludidos pelos falsos justiceiros. A máscara apenas começou a cair. Muita coisa ainda será conhecida por nós “pobres mortais”. E que os culpados sejam exemplarmente punidos.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Rui Leitão