Durante a semana passada, mais uma vez, o ex-governador Ricardo Coutinho voltou a ser protagonista nas mídias sociais e dos meios de comunicação de massa quando postou em suas redes sociais uma foto com o ex-presidente Lula e a atual presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), a deputada paranaense Gleisi Hoffmann, dando evidentes sinais de que ele, Ricardo, seria o candidato preferido da cúpula.
Essas investidas do ex-governador só estão acontecendo porque ele deve estar acreditando na morosidade e na inconsequente impunidade que paira no nosso Poder Judiciário em relação à sua participação na “Operação Calvário”, caso contrário, jamais estaria realizando tais articulações.
Nota-se que, enquanto a justiça não se posiciona de forma conclusiva em relação aos processos os quais Ricardo responde no âmbito da “Operação Calvário”, em que é acusado de corrupção, os próprios políticos, inclusive os seus antigos aliados, não aceitam sua reaproximação.
A prova inequívoca foi a reunião realizada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) na Paraíba, quando no último sábado decidiu ser contra a sua filiação. Essa decisão do antigo partido de Ricardo é o reflexo de seu comportamento político, tanto em relação à “Operação Calvário”, quanto ao seu tratamento de forma hostil com seus antigos companheiros, assim relatado pelo próprio deputado Anísio Maia.
Ao que parece, a estratégia do ex-governador é ver se consegue o foro privilegiado para não correr o risco de ser preso, e até agora todas as tentativas têm sido em vão. E essa saga também persiste junto à cúpula do Governo da Paraíba, principalmente depois do que disse o governador João Azevedo que de forma peremptória afirmou não aceitar uma reaproximação com Ricardo Coutinho.
A verdade é que o antigo gestor paraibano precisa correr contra o tempo, pois se não conseguir seu intento (sua candidatura), corre sério risco de sucumbir-se de vez da política paraibana com consequências imprevisíveis e catastróficas, pois ao invés de galgar uma vaga no parlamento federal, poderá chegar ao calabouço de uma eventual prisão, o que seria o fim da carreira de alguém que um dia trouxe tantas felicidades para milhões de paraibanos.
Jamais ninguém de bom senso poderia imaginar que um dos maiores gestores da vida pública paraibana poderia chegar a tal ponto de execração política, embora ainda tenha um certo respaldo popular. Esse caminho tortuoso escolhido por Ricardo Coutinho reverbera em nós cidadãos uma avaliação de que a política sem ética não prospera.
Por fim, vemos que essas reações dos políticos paraibanos em rejeitar a filiação do ex-governador Ricardo Coutinho é também uma sinalização ao Poder Judiciário paraibano e brasileiro, como ao próprio Congresso Nacional para que reveja as Leis que privilegiam as impunidades.
Pelo visto, estamos só no começo de muitas polêmicas que poderão vir até o término da eleição de 2022.
A Política, como sempre, muita dinâmica; nela, os atores podem chegar ao ápice do reconhecimento, mas também podem cair na escuridão do tempo. No caso específico do ex-governador Ricardo Coutinho, só lamentamos. Que esse seu “Calvário” sirva de exemplo não só para quem é agente político, mas para todos que se envolvem com irregularidades na vida pública ou privada.
Fonte: Gildo Araújo
Créditos: Gildo Araújo