“E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”, disse, o presidente Bolsonaro em referência ao próprio sobrenome. Em seguida, disse se solidarizar com as famílias das vítimas.
Tal declaração é no mínimo desumana e parte de alguém muito frio e calculista! Faz deixar claro que parte de alguém que está pouco se lixando para quem morreu ou vai morrer durante toda a pandemia de coronavírus que devasta o mundo e que consome o Brasil mais de 3 milhões de casos já confirmados e milhares de mortos! Em um país mais equilibrado e de leis mais sérias, tal comportamento já teria trazido consequências e principalmente a queda de um governante que só negligenciou as causas do povo a quem jurou defender! Indignação é o mínimo que podemos expressar diante de alguém tão incapaz de ter sentimentos e compromisso! Definitivamente esse não é o meu presidente, pois não me representa! E que ninguém que esteja lendo ou me ouvindo neste momento, me mande ir pra Cuba ou Venezuela, por que o Brasil é o meu país e este (des) Governo logo, logo, há de passar!
“Não é um número que vai fazer a diferença. Não é 95, 98 ou 101 que vai fazer a diferença”, disse o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, sobre o fato do Brasil ter ultrapassado a marca dos 100 mil mortos pela Covid-19! Então é só isso? E o descaso sempre dispensado pelo “chefe” ao vírus, desde o início e o chamamento “dele” a população entorpecida pelo ódio a esquerda e pela ignorância absoluta sobre o problema, forçando os incautos a segui-lo para o precipício que se abre a cada família enlutada e desesperada pela perda de mais um ente querido que será enterrado sem despedidas e, talvez, em uma cova qualquer, praticamente como indigente? O Brasil é tetricamente o campeão pelos casos de Covid-19.
Com as declarações do interino da Saúde, o número de 100 mil vítimas fatais “fará pouca diferença” na política oficial do governo Jair Bolsonaro para enfrentar a pandemia do novo coronavírus. Foi preciso se esperar 100 mil mortes para que o ministério da Saúde começasse a entender que o isolamento e os cuidados para com cada um, deva ser a alternativa para um tratamento contra a pandemia. Somente agora, após o descalabro e a vergonha mundial que deixa o Brasil em segundo lugar no maior desastre já sofrido pelo país em todos os tempos? Somente agora é que um representante do capitão resolve mencionar o “tratamento precoce” da Covid-19, apesar de não existir nenhum medicamento com eficácia comprovada para controlar a contaminação. “O brasileiro que tiver qualquer sintoma deve procurar o médico e esse médico tem todo o poder soberano de diagnosticar de forma clínica, com base em exames de imagens e testes para definir o tratamento. Mesmo assim dá muito medo, de uma vez que o presidente continua insistindo em remédios cientificamente desaconselhado pela OMS e agora a aplicação de ozônio via retal ao paciente acometido pelo mal! Para um governo que já demonstrou total insensibilidade para com quem estiver tocado pelo vírus ou que tenha vindo a óbito, chega-se a desconfiar de qualquer tratamento que venha a ser indicado por ele!
Desconfianças a parte, definitivamente não há o que se comemorar! Festa dos pais, idas as compras, flexibilização, reabertura do comércio… O Brasil atingiu no último sábado, 08, a aterradora marca das 100 mil mortes! Na verdade, ultrapassou e até o momento em que escrevo esse artigo, chegamos aos 102 mil! Muitas indagações sobre a quem atribuir culpa e muitas afirmações sobre esse quesito. Após afirmativas bestiais como essa destacada no início deste artigo, poderemos citar outras muitas no decorrer do texto (e vamos fazê-lo) para, acima de qualquer argumento contrário, avivar na mente de cada um de que lado realmente está o presidente dessa pobre nação, vítima da incompetência e deslumbramento de um governo incapaz de entender que não é o dono do país e tampouco da vida do povo que luta pela vida desde sempre!
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Enquanto Bolsonaro insiste em desprezar o vírus e suas vítimas, tentando passar a cloroquina e a hidroxicloroquina para a frente com o claro objetivo de evitar um prejuízo descomunal a economia do país, usando cobaias indefesas e famílias totalmente desinformadas, a OMS prossegue desaconselhando o uso da droga em pessoas acometidas pela Covid-19. Na segunda, (10 de agosto) a instituição emitiu um alerta afirmando que “a proliferação do coronavírus no Brasil não cai, a cloroquina não funciona e a doença continua ativamente se espalhando pelo país”. Chegamos aos 150 dias depois do início da pandemia e o Brasil segue sem um ministro da Saúde! Para que o Brasil não esqueça e com o presidente sempre desprezando tudo ao seu redor, causou revolta essa declaração: “Pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar, nada sentiria ou seria acometido, quando muito, de uma gripezinha ou resfriadinho”, afirmou.
Diante de tantas atrocidades praticadas entre fogo na Amazônia, incentivos a crimes e facilidades na compra de armas e balas por cidadãos mesmo inexperientes, do crescimento desenfreado e incentivado por leis questionáveis, além de tantos outros absurdos, após os 100 mil, o ex-ministro da Justiça do governo Lula, Tarso Genro, alerta para a possibilidade de a nova ordem paralela do fascismo ser consolidada! Ele disse “Bolsonaro estimulou o fogo na Amazônia com as suas declarações odiosas à fiscalização do Ibama e a sua admiração selvagem aos garimpos. De acordo com matéria estampada nos principais sites e jornais do Brasil e que me chegam através do Brasil 247, Bolsonaro estimulou a indiferença perante o vírus mortal, quando ironizou, dizendo que não era coveiro e quando – na sua negação doentia do perigo – disse que tudo era uma simples gripe, que não mataria mil pessoas nesta “terra desolada”. “Continuou tolerado e respeitado pela mídia tradicional, pelo seu compromisso com as “reformas” destrutivas do Estado Social. Nada acontecia e nada aconteceu, escreve Tarso Genro”.
Ele vai mais além ao citar que “Num país que um Presidente negacionista comete um crime de responsabilidade por dia e chega a 100 mil mortos – pela incúria do Estado e pelo exemplo assassino do seu líder – a nova ordem paralela do fascismo poderá ser consolidada. A menos que a vergonha e o amor ao próximo tomem conta da política e ela se rebele – por dentro da Constituição de 88 – nas ruas e nos Tribunais, para resgatar os legados das revoluções que unificaram o povo contra todas as formas de tirania. Isso pode acontecer”!
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que deixou o cargo em abril, disse no sábado (8) que a postura do presidente Jair Bolsonaro foi um fator “preponderante” para o Brasil atingir a marca de 100 mil mortes por COVID-19. A declaração de Mandetta foi publicada pelo jornal Folha de S.Paulo.
O desprezo e a frieza de Bolsonaro em relação as vítimas e seus familiares é de dar náuseas! “Essa é uma realidade, o vírus tá aí. Vamos ter que enfrentá-lo, mas enfrentar como homem, porra. Não como um moleque. Vamos enfrentar o vírus com a realidade. É a vida. Todos nós iremos morrer um dia.” Disse friamente! No dia 10 de junho, enquanto conversava com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro mandou uma mulher que o questionava sobre o número de brasileiros mortos pela pandemia, “cobrar do seu governador”. Quando questionado sobre dados divulgados de forma equivocada pelo Ministério da Saúde, sobre então recorde de mortes, disse: “Não sou coveiro”, encerrando o assunto.
No dia em que o Brasil ultrapassou a China em número de óbitos, o presidente arrancou gargalhadas de apoiadores ao responder a um jornalista em frente ao Alvorada sobre um churrasco que faria no dia seguinte para convidados (e que eu comentei aqui em artigo específico sobre o Churrasco da Morte) “Tem 1.300 convidados, mas quem tiver amanhã aqui, se tiver mil, a gente bota para dentro. Vai dar mais ou menos 3 mil pessoas no churrasco”! Não fez o churrasco, mas desdenhou das famílias em luto! Chocou o país ao dizer “Quem é de direita toma cloroquina, quem é de esquerda, tubaína”! “Tem medo do quê? Enfrenta! (…) Lamento. Lamento as mortes. Morre gente todos os dias de uma série de causas. É a vida, é a vida.”! Em visita a Bagé foi bastante seco sobre a morte de tantos: “A gente lamenta todas as mortes, vamos chegar a 100 mil, mas vamos tocar a vida e se safar desse problema”!
Não. Definitivamente, não é justo apenas lamentar! Faltou-nos um governante que pudesse enfrentar o problema com sabedoria e coragem! Faltou um líder que tivesse a capacidade de conduzir o seu povo respeitando as determinações das autoridades da saúde, fazendo prevalecerem os cuidados com o isolamento social, obrigando o uso de máscaras e mantendo o distanciamento social. Quem sabe esse líder existindo, pudéssemos ter evitado tantas perdas humanas! Ao invés de apenas lamentar os mais de 100 mil mortos, precisamos reagir e enfrentar os descasos! Dizer não a um governo genocida que está preocupado apenas em se reeleger. Até quando o Brasil vai aceitar tanto descaso com vidas humanas? Atordoado com tanta insensatez, a verdade é que o Brasil chora todas as vidas perdidas que esse governo negligenciou!
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba