Numa assembleia mais “inteligente” o paraibano espera que mudem a imagem do legislativo que não é boa - Por Laerte Cerqueira

Esperamos de vocês
Por Laerte Cerqueira

(Do Jornal da Paraíba ) – Saberemos mais tarde quem será o novo presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba. O segundo da linha de sucessão do Executivo. A liderança que tem um orçamento anual de mais de R$ 240 milhões, poder, influência e autoridade para adiantar votações, atrasar, tirar e colocar matérias em pauta. É, sem dúvida, um reinado. No caso daqui da Paraíba, podemos saber quem será o novo presidente e o próximo, se se concretizar a manobra de fazer uma eleição casada para o primeiro biênio (2015/2016) e segundo biênio (2017/2018). O grupo que propõe a mudança no Regimento Interno tem certeza que o artifício dará certo se tiver maioria.
Aparentemente, teremos uma Assembleia mais “inteligente”.Dos 36 deputados que tomam posse hoje, 21 foram reeleitos, 15 são novos ou retornam para cumprir um novo mandato na Casa. Deles, espera-se mais do que a apresentação de milhares de requerimentos sem efeito, votos de aplauso e discussões infrutíferas. O que os paraibanos esperam é um legislativo independente, propositivo e proativo. Transparente com as contas, com os gastos dos gabinetes, com as verbas indenizatórias, com os gastos de viagem, com combustível.
O que a população espera é um parlamento que compareça ao plenário para debater os assuntos de interesse do estado, com deputados que estudem os projetos feitos pelos “profissionais” dos próprios gabinetes e que busquem se informar sobre os projetos dos colegas. Queremos um parlamento que visite suas bases nos dias determinados, mas que compareça nos dias de sessão ordinária e de votação. O paraibano espera mudar a imagem que tem dos legisladores porque quer uma oposição atuante, ativa, mas sem rancor, menos raivosa e inconsequente. Quer o contraditório e o conflito, mas com capacidade de consenso. O povo espera uma base governista que saiba ser ponte e não se ajoelhe diante da vontade do Executivo em troca de favores diversos. A subserviência é o pior dos pecados de um deputado governista. Se perder a capacidade de argumentar por causa de um benefício, um contracheque, deve sentir vergonha.
Então, senhores deputados, lembrem-se, quando estiverem na ativa, que a Paraíba tem quase 18% de analfabetos, tem menos de 35% da população com coleta de esgoto. Não esqueçam nunca que a estiagem é uma condição natural e ajudar a criar mecanismos para enfrentá-la é uma das funções dos senhores. Lembrem-se que temos hospitais regionais superlotados porque nossa saúde é centralizada, que temos um déficit habitacional de 120 mil casas, que estamos entre os estados mais violentos do país, que temos cidades com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de envergonhar qualquer um. Não esqueçam que precisamos cuidar da caatinga e das margens dos nossos rios. Enfim, não “esqueçam de lembrar” que vocês têm um papel fundamental nas mudanças, mas precisam pensar, realmente, o estado e não, apenas, perder tempo com o moído politiqueiro.
Programação
A programação do início dos trabalhos legislativos amanhã inclui a revista às tropas militares, em frente à sede do Poder Legislativo.

Mensagem
Depois, no plenário Deputado José Mariz, será feita a leitura da mensagem ao Poder Legislativo pelo governador Ricardo Coutinho ou pelo seu representante.
Posse solene

O ex-senador Vital do Rêgo Filho, que foi empossado formalmente como membro do Tribunal de Contas da União, em dezembro, participa, na próxima quarta-feira, de posse solene, em Brasília. Muitos paraibanos já arrumam as malas para acompanhar tudo de perto. O governador Ricardo Coutinho confirmou presença, bem como vários ministros do STF.
Jantar
Depois da posse, à noite, o senador Raimundo Lira, ex-suplente de Vital, oferece um jantar em sua residência, na capital federal. O encontro vai reunir os mais próximos.

Presença
Os filhos do deputado federal Veneziano Vital do Rêgo, Pedro Henrique e Mateus, e a mulher, Ana Cláudia Nóbrega, estão em Brasília e vão acompanhar a posse de Vené, hoje, na Câmara Federal.