Desde que o ex-prefeito campinense Romero Rodrigues postou nas suas redes sociais fotos registrando a sua presença na Câmara dos Deputados e no Senado Federal que vem se especulando sobre a sua desistência pela disputa ao cargo de governador no próximo ano.
É claro que quando diversas lideranças chegam ao ponto de especular, é porque de fato, tem algo estranho. E para apimentar ainda mais essas ansiedades especulativas, eis que vem o deputado Pedro Cunha Lima em uma entrevista dada na última quinta-feira (22) ao Programa “Jornal Panorâmica Livre” da Rádio Panorâmica FM de Campina Grande, ancorado pelos radialistas Ernani Gouvea e Max Silva, em que declarou de forma peremptória que há amplas possibilidades da fusão entre o PSDB de Cássio Cunha Lima, o MDB de Veneziano Vital do Rêgo, o PSD de Romero Rodrigues e o CIDADANIA de João Azevedo, e tudo isso de forma nacional.
É importante ressaltar que o PSD e o PSDB não estão mais na base do Governo Federal, ponto que fortalece muito essa fusão, e tem um significado importante no apoio à reeleição do governador João Azevedo. Pedro disse ainda que com a fusão dessas siglas partidárias, ele poderia, inclusive, apoiar para o cargo de Presidente da República o atual senador Alessandro Vieira do Cidadania (Partido do governador João Azevedo). E finalizou dizendo que ainda desejaria ver Romero Rodrigues como candidato ao Governo da Paraíba. Bom, tem um ditado popular que diz “Para um bom entendedor, meia palavra basta”.
Com essa entrevista, vemos que está mais do que claro que há realmente uma movimentação direcionada para esta conjuntura política, a qual contemplaria as principais lideranças campinenses numa possível composição na chapa do governador João Azevedo, mesmo havendo algumas reações internas, o que é muito normal em se tratando de política, principalmente, quando se trata de uma união de pensamentos ideológicos tão diferentes. Mas isto é democracia.
Caso essa possível fusão, cogitada pelo deputado federal Pedro Cunha Lima, venha a se concretizar, poderemos vislumbrar uma possível candidatura de Romero Rodrigues ou Cássio Cunha Lima na chapa majoritária ao lado do governador João Azevedo, disputando uma vaga para o senado federal.
E como dois candidatos não podem ocupar uma mesma vaga, àquele que não disputasse a vaga para o Senado, seria candidato para a Câmara Federal, colocando Pedro Cunha Lima para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa. Com isso resolvido, Campina Grande seria novamente contemplada com Ana Cláudia Vital do Rêgo, esposa do senador Veneziano Vital, como candidata a vice-governadora.
Pronto, dentro deste cenário estaria tudo resolvido. Certamente, traçando uma perspectiva diante da informação de uma possível fusão. Porém, é bom lembrar que o DEM de Efraim Filho e o PSL de Julian Lemos também estão se unindo, e terão o maior tempo de televisão, embora lhe falte musculatura política para concorrer com o grupo de Campina Grande, que é muito forte.
Só resta saber o que fará o deputado federal Aguinaldo Ribeiro diante destas possibilidades levantadas pelo deputado Pedro Cunha Lima. Vamos aguardar a posição dos Progressistas de Aguinaldo Ribeiro dentro dessa nova formatação política, porque se houver uma fusão com partidos da base do governo, o parlamentar campinense poderá perder a chance de disputar a vaga dentro do agrupamento político do governador João Azevedo.
Diante de todas essas possibilidades cogitadas pelo deputado federal Pedro Cunha Lima, fica nítida a revolta dos oposicionistas ligados ao presidente Bolsonaro, como Walber Virgolino que chegou a criticar a postura política do ex-prefeito campinense Romero Rodrigues, quando declarou que se ele (Romero Rodrigues) não se posicionar, “João Azevedo irá ganhar por ‘WO’ as eleições de 2022”, ou seja, uma vitória fácil, ‘quando a equipe adversária está impossibilitada de competir ou quando não existem adversários.’
Observa-se que dentro do cenário atual, com a fusão que está prevista de acordo com o deputado Pedro Cunha Lima, ficará muito difícil para os oposicionistas organizarem uma nova estratégia, pois até que cheguem as convenções, eles irão enfrentar caminhos tortuosos para consolidar uma chapa com reais condições de enfrentar um grupo que poderá estar: o governador João Azevedo, Cássio Cunha Lima, Romero Rodrigues, o senador Veneziano Vital do Rêgo, entre outras lideranças que deverão participar dessa fusão.
A verdade é que a partir de agora haverá uma movimentação intensa entre as siglas partidárias na busca de eleger suas lideranças políticas. Enquanto a confusão da fusão aumenta, o governador João Azevedo continua em “céu de brigadeiro” andando o estado todo e consolidando, cada vez mais, sua reeleição.
De momento, só nos resta aguardar os próximos capítulos de mais uma novela criada pelos nossos protagonistas do Congresso Nacional. Democracia é a arte do diálogo em busca das convergências entre os divergentes. Como diz o grande escritor Fernando Sabino: “No fim tudo dá certo, e se não deu certo é porque ainda não chegou ao final”.
Fonte: Gildo Araújo
Créditos: Gildo Araújo