O mapa da bola brasileiro terá nova configuração para o próximo ano!
Se não é nada que ameace a histórica hegemonia do chamado “eixo”, ao menos é uma mudança de composição da tabela.
Além de apontar recorde de participantes no Brasileirão da primeira divisão em 2025, o Nordeste caminha para não ter nenhum rebaixado nas séries A e B, este ano.
Muito embora, pela primeira vez em muitos anos, nenhum time da região tenha conseguido acesso da C para B.
Na D para a C, Retrô e Itabaiana confirmaram dois acessos de quatro vagas em disputa.
Mas, falando de elite…
SOTAQUE REGIONAL
Os acessos confirmados do Ceará e Sport com a permanência estabelecida de Bahia e Fortaleza, mais o Vitória quase garantido, coloca o máximo de times locais na história em um mesmo ano, neste formato.
Pela primeira vez na era dos pontos corridos tantos clubes da região competirão ao mesmo tempo.
Tudo bem, em números absolutos, já tivemos nacional com quase duas dezenas de nordestinos competindo, mas isso com cerca de 100 times na disputa, quando até meu modesto Itabuna esteve em campo.
Coisas do tempo em que o Regime Militar queria agradar a todos a base do “Pão e Circo”!
“Onde a Arena vai mal, um time no nacional”
–Mas política e futebol não se misturam! – alerta o fanático inocente.
Nada menos que 25%, ou ¼ dos clubes que disputarão a Série A no próximo ano são nordestinos.
Para se ter idéia do feito, o Nordeste deverá ter mais representantes que a Região Sul (caso o Juventude e/ou Criciúma sejam rebaixados), por exemplo, com seus tradicionais clubes campeões continentais e mundiais.
Também pela primeira vez na história do Brasileirão a Região Nordeste poderá ter tantos representantes quanto times paulistas, estado mais rico e mais campeão do futebol nacional!
Caso o Bragantino (Red Bul é marca de bebida) seja rebaixado, também serão cinco paulistas no páreo. Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos-campeão da B e o novato Mirassol.
A outra vaga paulista, por sinal, esteve no horizonte (com o perdão do trocadilho) durante todo o tempo.
O Novorizontino passou toda a segundona no G4 e deixou na última rodada o Ceará e Sport ocuparem o posto.
Melhor para a diversidade, o futebol e a festa da Série A, convenhamos.
Mirassol e Novorizontino, duas cidades de 50 mil habitantes, com menor tradição, insufladas, fundamentalmente, por poder econômico seria demais para um mesmo momento na série A!
O desafio nordestino agora é espelhar o momento do Fortaleza, que pelo segundo ano seguido chega a reta final brigando pelo título brasileiro, algo inimaginável até pouco tempo neste formato atual e abismo financeiro entre os times daqui e de outros centros.
ESPAÇOS VAZIOS
Falando em diversidade, o Centro-Oeste, após anos seguidos de representação rara, perderá vaga com o rebaixamento virtual do Cuiabá.
Já o Norte permanecerá fora da primeira divisão, como ocorre há 20 anos.
O último representante da região foi em 2005, quando o Paysandu levava seu bicolor Brasil afora.
Como consolo, a dupla REPA estará junta na série B de 2025, como degrau para voltar a elite.
SÉRIE B
Outra mudança significativa no panorama do futebol brasileiro é na segunda divisão.
O campeonato, outrora batizado de paulistão do segundo semestre, ou nordestão nacional, ganha nova faceta!
Se dois paulistas subiram, três caíram. Esvaziando o predomínio de São Paulo na competição.
Muito provavelmente, com a iminente queda do Bragantino, teremos “apenas” 4 paulistas na segundona! Número muito abaixo a quem, há poucos anos, tuinha quase metade dos representantes.
Já o Nordeste, que até dois anos tinha seis representantes, terá apenas o CRB,e por muito pouco. Os alagoanos brigaram contra a queda até a penúltima rodada, quando bateram o campeão Santos em plena Vila Belmiro.
SÉRIE C
Pela primeira vez na história, a série C abrigará ao mesmo tempo a maior rivalidade do futebol do interior brasileiro.
Guarani e Ponte Preta foram rebaixados junto ao Ituano na série B e engordam a terceirona em 2025.
A queda dos dois gigantes de Campinas remonta ao fatídico ano de 2005, quando a dupla Bahia e Vitória foi rebaixada simultaneamente.
Para 2025, o Nordeste segue como região com mais representantes na terceira divisão. Serão oito clubes locais, dentre eles o Botafogo-PB, mais longevo representante na competição, há mais de décadas lutando para subir e morrendo na praia.
Créditos: Giro do Dia