Hoje poderíamos estar comentando sobre a vitória dos prefeito e dos governadores quando do anúncio feito pelo presidente Lula de que iria repor aos Estados e Municípios por todas as perdas que tiveram nos repasses dos Fundos de Participação dos Estados (FPE), e nos Fundos de Participação dos Municípios (FPM), mas infelizmente a ética nos leva a expressar nossos pensamentos da retaliação sofrida pela jornalista Waléria Assunção, onde de acordo com alguns Blogs e Portais respeitados do nosso Estado, a competentíssima repórter foi demitida pela TV Paraíba, afiliada da TV Globo, coincidentemente, por tecer críticas à gestão do prefeito Bruno Cunha Lima (PSD).
O motivo da crítica foi em relação a situação de vulnerabilidade em que os animais vivem na cidade, sobretudo, no centro de acolhimento dos animais (Zoonoses), que se encontra abarrotado de cães e gatos, ou seja, quase que numa situação de abandono. Em virtude dessas observações feita pela renomada repórter, segundo a imprensa, o prefeito Bruno Cunha Lima usou de sua influência junto à direção da emissora em que trabalhava a jornalista e pediu a sua exoneração, repito, só pelo simples fato dela ter chamado a atenção da prefeitura campinense em uma audiência pública realizada na Câmara de Vereadores, quando foi convidada para participar, já que ela, Waléria Assunção, é uma das influentes da cidade que mais se preocupa com a causa animal.
Para se ter uma ideia, o caso da demissão da jornalista Waléria Assunção tomou uma dimensão tão grande nos meios de comunicação e nas redes sociais que ofuscou o início da obra iniciada pela prefeitura de Campina Grande no Parque Evaldo Cruz, algo importante para o desenvolvimento da Rainha da Borborema.
Infelizmente, é mais um imbróglio envolvendo o prefeito campinense com a imprensa, que vem se somando ao longo desses quase três anos de gestão, sempre com muita turbulência. Será que não seria a hora da assessoria do prefeito Bruno Cunha Lima estudar uma melhor forma de relacionamento com a imprensa campinense? No caso específico da jornalista Waléria Assunção, em sendo verdade essa versão que coloca em suspeição a participação do prefeito campinense nesse episódio, é uma lástima em todos os sentidos, pois querer amordaçar radialistas e jornalistas, é querer proibir que a população tome conhecimento das ações administrativas seja ele governador, prefeito, deputados, ou em qualquer situação de representação pública.
Tolher a liberdade de expressão de uma jornalista, ainda mais sendo mulher, é algo do passado que o povo brasileiro e paraibano não permite mais. Desta vez, vemos que, caso tenha acontecido essa interferência do prefeito de Campina Grande em uma empresa privada tão somente para calar a voz de alguém que estava reivindicando o óbvio, será o píncaro da insensatez, algo jamais visto na Rainha da Borborema, depois da redemocratização do País, pois só nos lembra a época de exceção, o que não coaduna com a história dos grandes protagonistas da política campinenses como Raimundo Asfora, Vital do Rêgo, Ronaldo Cunha Lima, Ivandro Cunha Lima, Cássio Cunha Lima, João Lourenço Porto, Juvino do Ó, Plínio Lemos, Elpídio de Almeida, Enivaldo Ribeiro, Félix Araújo, Orlando Almeida, Romero Rodrigues, Veneziano Vital, entre tantos outros.
Diante da repercussão, que envolve, mais uma vez, o nome do prefeito Bruno Cunha Lima, cabe tão somente ao próprio prefeito campinense, no mínimo, uma explicação, tendo em vista que, não só a TV Paraíba deixa de ter uma das mais conceituadas apresentadores e repórter de sua história, mas sobretudo a Paraíba que corre o risco de não ter mais na telinha a presença e o brilhantismo de Waléria Assunção.
A verdade é que os paraibanos ainda estão estarrecidos com essa ocorrência. Esse tipo de perseguição grotesca, já ficou pra trás há muito tempo. Uma personalidade política, se sobrepondo de um poder momentâneo, chegar a impor a uma empresa privada a demissão de uma profissional de seus quadros só porque não aceitou uma crítica, é inaceitável do ponto de vista social e humano. “Deixa menino insensato, o passarinho voar, que mal te fez a avezinha que passa a vida a cantar. Joga fora a tiradeira, vai pedir a Deus perdão, mostra que guarda no peito a jóia de um coração” (Livro a Mágica do Saber).
Temos que entender que na democracia as pessoas são livres para falar, respeitando, é claro, os direitos individuais de qualquer pessoa, mas quando se trata de direito coletivo, isso é amplo, e mais quando se sai em defesa de quem não tem voz, que são os animais.
Vamos aguardar a fala do prefeito Bruno Cunha Lima para dirimir se houve ou não sua participação na demissão da jornalista Waléria Assunção. Pois, diante de tudo isso, observa-se que a cada dia que passa, parece que o próprio prefeito Bruno Cunha Lima, que chegou na prefeitura como uma esperança jovem, precisa refletir antes de entrar em determinadas celeumas, e focar em sua gestão, pois o tempo urge, e se permanecer com essas futricas, torça para que não surja um concorrente forte nas eleições de 2024, porque se aparecer, ele poderá sofrer uma derrota fragorosa.
“Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós” (Imperatriz Leopoldinense).
“Eu luto pelos animais! Não vou me calar!” [Waléria Assunção].
Quem viver, verá!
Fonte: Gildo Araújo
Créditos: Polêmica Paraíba