Por ocasião do início da “Operação Lava-Jato”, começou a surgir um movimento nas redes sociais, pedindo intervenção das Forças Armadas nos três poderes da república. O povo exigia ampla investigação e punição severa a todos que levaram nas ultimas três décadas o país a bancarrota. A suspensão temporária do processo democrático – continua sendo reivindicação da maioria dos brasileiros – é um fato incontestável que sugere franca demonstração de insegurança, e completa desconfiança nas instituições, exceto nos Militares, particularmente no Exército Brasileiro.
Ao longo dos últimos trinta e cinco anos, a sonhada democracia aspirada por uma “minoria” que tinham sede de poder – não pela maioria do povão – sequestraram uma gigante nação com apoio da grande mídia, e mantiveram sua gente presa no escuro cativeiro da ignorância. Desterraram de suas mentes as conquistas ocorridas entre 1964/1978, período “satanizado” como “a era do chumbo”. Silentes, os Militares não se manifestaram (até o momento) em responder ao clamor popular. Foram “despolitizados” em 1978, pelo ex-presidente Ernesto Geisel, ao perceber que as esquerdas estavam chegando aos quartéis. Tirou-os da vida pública e das ruas, e os conduziu de volta para Caserna, de onde não surgiu mais novas lideranças.
A Lei da Anistia (ampla geral e irrestrita de 1989) – perdoando sequestradores, assassinos; guerrilheiros e seus mentores – teve dois pesos e duas medidas. Os Militares que apenas cumpriram ordens foram vítimas de um golpe cultural/midiático (1986) quando as esquerdas chegaram ao poder, e com revanchismo criaram à fantasmagórica “Comissão da Verdade” para humilhar publicamente as Forças Armadas. O discurso antes de alcançarem o poder era revelar a “roubalheira” dos governos Militares. Como não encontraram nenhum erro, optaram pelo processo de “desconstrução” da história.
Picharam imagens de octogenários – ainda vivos – que se dedicaram em servir ao país, criando mentiras e enredos hediondos. Reescreveram temporariamente este capitulo no formato “quadrinhos”, onde guerrilheiros assassinos tornaram-se heróis e Militares que defenderam a nação e povo impedindo a instalação de uma verdadeira ditadura comunista, foram considerados vilões truculentos e torturadores. Absurdo!
Os Militares, desde a Independência, tiveram um papel preponderante na história do Brasil. Consolidaram um gigante território de dimensão continental – dentro de um país – falando uma única língua. Contiveram diversas levantes separatistas, com combates e milhares de vítimas. Porém, em julho de 1922 o Exército foi abalado pelo movimento “tenentista”, que exigia mudanças na política e renovação nas Forças Armadas, fato marcado pelo episódio dos dezoito do Forte.
A partir de então, as inquietações foram uma constante nos quartéis que se politizaram. O movimento “tenentista” ganhou força ao longo das décadas que se seguiram, sempre reprovando com intransigência os privilégios da velha política, corrupção e “entreguismo” de nossas riquezas a novos colonizadores travestidos de “investidores”. Sobreviveu ao Estado Novo – ditadura Vargas – governo de transição do General Gaspar Dutra; crise do suicídio de Getúlio (1954); asseguraram o mandato de Juscelino Kubitschek – abortando algumas sublevações – garantiram a posse do pleito que elegeu Jânio Quadros, mas, não estavam esperando o golpe mais duro: sua renuncia. A partir de então, começaram a estruturar a intervenção.
Com a renúncia de Jânio, por não ceder à gula da “camarilha” que se apoderou do Congresso Nacional, queriam impedir a posse – e até o retorno do vice-presidente João Goulart – que estava em visita oficial a China. Os “tenentes” asseveraram sua volta e posse. Mas, o Congresso promoveu um golpe político na calada da noite, mudando a Constituição e criando um Parlamentarismo, transformando o presidente em “Rainha da Inglaterra”. Usando de poderes Constitucionais, João Goulart um ano depois, convocou um plebiscito e a maioria do povo optou pelo Presidencialismo, defenestrando os abutres congressistas da época (1963) que nada difere dos atuais (2019).
Alguns historiadores consideram 1964 como o fim do ciclo “tenentista” de 1922. O presidente Castelo Branco Chegou ao poder, eleito pelo Congresso Nacional e começou a implantar as sonhadas reformas, através de Atos Institucionais, cassando mandatos de corruptos inveterados, expatriando muito deles; enxugou a máquina pública; extinguiu salários de vereadores, permitido apenas para cidades com mais de 200 mil eleitores; pagou toda a dívida externa; liquidou o rombo e calote da previdência, unificando numa só: INSS. Extinguiu o famigerado “Subsidio Parlamentar” hoje renomeado como “Emendas”. Nenhum dos poderes tinham autonomia financeira (duodécimo sobre o orçamento) e a folha de pagamentos era centralizada no governo federal. Poder Legislativo e Judiciário foi proibido de contratarem e criarem qualquer tipo de despesa extra.
Uma intervenção Militar neste momento seria o ideal para desbaratar as OCRIM que operam dentro e fora dos poderes. Exigira austeridade para se instalar auditorias com IPM – Inquérito Policial Militar; cassação de mandatos; sequestros de bens; concentração das finanças públicas; redistribuição de rendas; muitas prisões e uma nova Constituição. Para por a nação nos trilhos, o tempo presumido será de no mínimo uma década. As Forças Armadas do Brasil tem excelentes comandantes Militares. Mas, será que estão preparados para governarem a nação? Não Esperem os Militares…
Fonte: Júnior Gurgel
Créditos: Júnior Gurge