Um Craque Inesquecível. O Botafogo viveu um dos capítulos mais tristes da sua história com a morte de *Severino Ramos Lins*, o conhecido Nininho – o inesquecível “Fiapo” – que deu muitas alegrias à torcida botafoguense nos anos 60. Internado no quarto número 8 do Hospital São Vicente de Paula, a 21 de novembro de 1969, numa sexta-feira, o maior ídolo da torcida do Botafogo fechava os olhos para sempre, precisamente às 16h55m. Exatamente 7 dias depois de seu último jogo pelo Botafogo, logo contra o Santos de Pelé. Parece até que o REI veio se despedir de Nininho quando marcou seu milésimo gol aqui na Paraíba. A sua morte, segundo laudo médico, foi provocada por uma insuficiência renal aguda, após uma operação de hemorróides.
Natural de Jaboatão, Pernambuco, Severino dos Ramos Lins nasceu no dia 25 de janeiro de 1946. Foi trazido para o Botafogo pelo técnico Vavá (Eurivaldo Guerra), em 1964, com apenas 18 anos de idade. Antes, jogava pelada nos subúrbios de Recife. A torcida logo o batizou de “Fiapo de Ouro” tal a enormidade de futebol que possuía para um corpo franzino. Seus gols tinham a sua marca. Apanhava a bola no meio de campo, driblava um, dois, três zagueiros. Na saída do goleiro, quando não o driblava, sempre colocava a seu lado ou por cima, nunca dava um chutão.
Parecia um menino jogando bola. Nininho foi um dos grandes heróis nas conquistas dos Campeonatos de 1968 e 69. Marcou 77 gols vestindo o manto sagrado do Clube que ele aprendeu a amar. É o 5º maior artilheiro na história do nosso querido Clube. Nininho, o ídolo modesto, carismático, craque e símbolo de alegria, dividia-se com crianças e adolescentes que muito antes do time chegar às vestiárias já se aglomeravam perto do alhambrado chamando-o pelo nome, que já era uma assimilação de sua própria condição da criança NININHO. Mas Nininho perdeu a sua última partida. Jogou, contra a morte, toda a sua juventude, todo seu entusiasmo, todo seu futuro de jovem sonhador. E perdeu… Para muitos Botafoguenses foi difícil, a partir dali, comparecer à Graça ou ao Olímpico sem poder gritar pelo seu nome ou acenar-lhe das Gerais, ou pedir-lhe das arquibancadas: NININHO, FAÇA UM GOL PRÁ MIM!