Por aproximadamente 7 anos a operação Lava-jato ocupou as manchetes dos principais veículos de comunicação do país e recebeu apaixonados e efusivos aplausos da opinião pública. Era uma unanimidade! A força tarefa de Curitiba desbaratou o maior esquema de corrupção já visto no Brasil. Bilhões foram desviados e outro tanto recuperado a partir de acordos de leniência, delação premiada e repatriação . Estima-se e que mais de 25 bilhões retornaram aos cofres públicos.
A despeito das confissões e da recuperação de bilhões de reais, o PT, o protagonista do escândalo, nunca fez sua mea-culpa. Uma estratégia ousada e arriscada, que no final se mostrou acertada. Embalados pelo apoio popular e iluminados pelos holofotes, os membros da força tarefa meteram os pés pelas mãos e macularam as investigações e os processos em curso na notória 13ª vara federal de Curitiba. O direito não é uma ciência exata, mas é um escravo da exatidão das leis. Aqueles que trouxeram à luz o maior escândalo de corrupção da nossa história, foram os mesmos que arruinaram todo processo investigativo.
A pá de cal se deu com o vazamento dos diálogos entre os procuradores federais e o juiz Sérgio Moro. Um escândalo! Tava decretado o sepultamento da operação lava-jato. Nascia a o maior episódio de impunidade da nossa história. Não estou apontando o dedo para o presidente Lula, que fique claro. O processo que resultou na sua prisão tava, a meu ver, comprometido pela falta de provas. Por outro lado, contudo, dezenas de “companheiros” estavam comprometidos até a medula. Hoje nenhum dos envolvidos, inclusive os delatores, cumpre pena de qualquer natureza.
A Odebrecht, cujo presidente, Marcelo Odebrecht , foi um delator, ingressou com uma ação ordinária de cobrança onde pleiteia a devolução do dinheiro que retornou aos cofres público fruto de um acordo de leniência. Tem mais, o pedido foi cumulado com perdas e danos. Ou seja, a odebrecht, além de querer o dinheiro de volta, quer ser indenizada. Me belisca, aí , acho que eu tô sonhado!
Fonte: Ronaldo Filho
Créditos: Polêmica Paraíba