Oposição já começa a isolar Zé

MARANHÃO É UMA BOLA DE FOGO: A candidatura de Maranhão de tanto estimulada pelo governo vai terminar dinamitando João Azevedo - Por Gilvan Freire 

A sua candidatura, inteiramente dispensável no momento e nas novas conjunturas da política no Estado, estará inevitavelmente servindo a outras correntes políticas em disputa, restando-lhe o papel de se espremer entre as montanhas do governo e da oposição no cenário real da grande guerra eleitoral.


A CANDIDATURA DE MARANHÃO É UMA BOLA DE FOGO QUE GIRA EM CÍRCULO MAS PODE PARAR NO COLO DO PRÓPRIO DONO

Por Gilvan Freire

O maior problema de Zé Maranhão não é ser frágil, é ser forte demais, levando em consideração a sua idade e as naturais corrosões do uso – surpreendente para quem aumentou a velocidade e o desempenho quando parecia está em fim de corrida.

Quando se cogita de sua longevidade ( acima do limite indicado para quase todas as atividades que exigem mobilidade e vigor ), ele exibe os dotes da experiência para demonstrar que a sabedoria ensina e convence mais do que o esplendor físico, especialmente quando se trata de maratona política, uma modalidade esportiva cáustica da qual se tornou atleta consagrado. E, adicionalmente, ainda pula uma cerca de curral para dizer a seus vaqueiros que não depende de ninguém para cuidar de seus rebanhos.

Mas, apesar de seus extraordinários talentos físicos e mentais, nutridos à base de genuínas comidas nordestinas caseiras, sem dietas mágicas, que não excluem, vez por outra, nacos de rapadura brejeira após o almoço simples servido com carne de sol, o pequeno grande homem tropeça na teimosia, outra virtude/defeito que adorna o melhor dos tipos bravos da raça humana primitiva do Nordeste brasileiro – cuja sustança e energia vêm do feijão-de-corda com arroz.

E não é só de teimosia, experiência,sabedoria, destreza e gastronomia ancestral que vive Zé ( com a sua saliente pança sobre o cinto ); ele também cultiva a obstinação do homem rural diante dos castigos do tempo e a vaidade dos que multiplicam cabeças de gado em terra escassa de água e pastos.

Mesmo assim, com tantos atributos de coragem, força e persistência, Zé já tombou na estrada, precisamente quando a teimosia e a vaidade se uniram em torno de seu destino e assumiram os cargos de confiança de más conselheiras e más companhias. Ficaram as lições que ele não foi capaz de dar, mas apenas de aprender à contragosto – suficientes certamente para que nunca sejam esquecidas.

Contudo, Zé está, hoje, diante de sua história e das lições que tirou da vida, ou porque não as aprendeu, ou porque as esqueceu, ou porque renitentemente não as aceitou, teimando agora em manter por perto as velhas conselheiras e companhias dos tombos. A sua candidatura, inteiramente dispensável no momento e nas novas conjunturas da política no Estado, estará inevitavelmente servindo a outras correntes políticas em disputa, restando-lhe o papel de se espremer entre as montanhas do governo e da oposição no cenário real da grande guerra eleitoral.

Zé, neste momento, não está percebendo que a disputa eleitoral deste ano está circunscrita a uma arena onde se digladiam touros das novas gerações e, à falta desse entendimento, se coloca à frente da boiada agitada e indócil que, se acostumando noutros cochos e pastos, ameaça debandar e se entregar aos aboios de novos vaqueiros.

A oposição já começa a isolar Zé por causa do agrado que a sua candidatura causa a setores do governo e as declarações que surgem dessas bandas sugerindo um entendimento camuflado, mesmo Zé não tendo histórico de posições dúbias e nem a direção nacional do MDB admitindo uma aliança do gênero na Paraíba. Mas RC fomenta a discórdia para se favorecer enquanto está impotente e recuado, até que saia das cordas.

Mas, se não há conchavos ou jogo escondido, por quê razão há tanta inclareza, rusgas, mistérios e sombras ? Ora, se Zé deseja mesmo combater as demais candidaturas, por quê as vacilações ? Ou será que a candidatura de Zé, de tanto estimulado pelo governismo, vai terminar dinamitando a de João Azevedo e levar RC a apoiar Zé para ancorar e salvar o seu palanque para o senado ? Esta hipótese não é absurda, embora pareça improvável, mas em não acontecendo a dinamite de Zé vai explodir mesmo é em seu próprio colo.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: gilvan freire