45 anos do partido

Lula defende PT e vê comunicação como calcanhar de Aquiles do governo

Lula defende PT e vê comunicação como calcanhar de Aquiles do governo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestigiou a festa de aniversário de 45 anos do Partido dos Trabalhadores, ontem, no Rio de Janeiro, celebrando feitos do passado. O evento, segundo portais sulistas, foi utilizado para alinhavar o que ministros veem como o principal entrave do atual governo Lula: a comunicação. Ministros e parlamentares esforçaram-se, nas declarações à imprensa, para minimizar a queda de popularidade do governo Lula, que “é circunstancial”, na opinião de Randolfe Rodrigues, senador do PT pelo Amapá e líder do governo no Congresso Nacional. Ele explicou: “O nosso atleta número um ficou no departamento médico de outubro arte janeiro. Tivemos também a circunstância decorrente do Pix. Além de tudo isso, tivemos o pico do dólar em dezembro. A questão do Pix foi reduzida e o preço dos elementos está reduzindo”.

Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil, alertou: “Precisamos evitar comunicar depois”, ressaltando que o governo não pode ficar eufórico quando a pesquisa é positiva nem pode ficar depressivo quando tem oscilações negativas. “Tem que identificar o que motivou isso para corrigir rumos”, aconselhou. E mais: “Precisamos melhorar muito a comunicação para que o povo brasileiro tenha a nítida percepção de como era antes e de como está agora. Quem sai na frente na informação termina ficando com uma imagem maior”. O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, disse que recebeu ontem o resultado do melhor mês de janeiro de todos os tempos do turismo internacional. “Os números mostram um país valorizado do lado de fora e gerando emprego e renda do lado de dentro”, argumentou.
“Hoje não basta ter os fatos. Tem que ganhar a narrativa dos fatos. É algo que a gente tem que aprender a fazer melhor”, adiantou. O presidente Lula afirmou que políticos do PT não podem pisar na periferia apenas de quatro em quatro anos para pedir votos. A afirmação foi endossada pelo ex-ministro José Dirceu e pela ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial. José Dirceu opinou: “A pesquisa é uma foto, não é um filme. Tivemos altos e baixos nos nossos governos. Não há nada que não possa mudar a partir de ações nossas. E o presidente tem consciência disso”. Dirceu acrescentou que o mundo mudou e que o PT precisa mudar. “O PT tem força para isso, com os militantes filiados, nas periferias, nos bairros, ocupando os territórios, discutindo, debatendo”, emendou.

Já Márcio França, ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, disse que ainda assim não há nenhum candidato à altura de Lula para 2026. “Lula tem a noção do todo, que a gente não tem. Esse governo, em números, é muito melhor. Agora, ele está no momento de saber qual partido vai estar com ele em 2026”, enfatizou. A celebração ocorreu num momento em que Lula tem aprovação de apenas 24% da população e a legenda adotou uma regra que permite que parlamentares se candidatem mais de três vezes para o mesmo cargo. A fatia de eleitores que considera como ótimo ou bom o governo de Lula era de 35% em dezembro e, até o começo de fevereiro, havia caído 11 pontos percentuais. Contribuíram para isso polêmicas como a que envolveu mudanças do Pix, exploradas pela oposição.

Nonato Guedes