‘Libertas que sera tamem’, essa frase, escrita em latim, está na bandeira do Estado de Minas Gerais e foi retirada de um poema do poeta romano Virgilio. Ela tem um significado muito importante quando se procura expressar a indignação com uma prisão injusta. Ao encarcerado cada dia que se passa renova-se a esperança de que a liberdade chegará ainda que tardiamente. Ontem foi a vez do ex presidente Lula viver esse momento. Após um ano e sete meses trancafiado numa cela, condenado em um processo eivado de ilegalidades, ele conseguiu a liberdade tão desejada.
Na verdade, o sentimento de ansiedade para que esse dia chegasse não era só dele, mas de milhões de brasileiros que discordavam da injustiça a que o estavam submetendo. Aprisionado, Lula estava impedido de agir por seu livre arbítrio, cercearam a sua vontade de continuar exercendo, plenamente, a missão política a que decidira se dedicar. E essa foi exatamente a motivação de sua prisão, afasta-lo da convivência com os seus liderados, priva-lo do direito de disputar uma eleição em que se apresentava como franco favorito. Reduzir a capacidade de exercitar sua liderança.
Porém, o homem estava confinado em uma cela, mas o seu ideário continuava movimentando-se nas mentes e disposição de luta de muitos dos seus compatriotas. Não se consegue aprisionar sonhos e ideais. Seus algozes imaginavam que, com sua prisão, morreria o projeto político que o fez se tornar a maior liderança popular do mundo na atualidade. Incorreram num grande erro. De sua cela, durante esses quase vinte meses, ele pautou a política nacional. E isso lhe deu uma dimensão maior como líder.
Ontem ele voltou a ter o direito de abraçar o povo que o admira e o tem como comandante de uma ação política renovadora e de avanços sociais que este país precisa. Ontem ele novamente teve a oportunidade de falar, no meio da rua, determinando o seu caminhar futuro. Recuperava a condição de ser dono de seu próprio agir. Da cadeia ele emitia mensagens aos seus liderados, porque nunca conseguiram tirar a sua força de comando na luta política que empreendia. Agora, o guerreiro volta à batalha mais fortalecido, de cabeça erguida, olhando de frente seus acusadores, que já manifestam preocupação com a sua reaparição na cena política de forma livre.
Tentaram destruir um movimento político, mas não obtiveram êxito nessa empreitada. Os que vinham lhe acompanhando nessa trajetória, não se curvaram diante da força opressiva dos que queriam alijá-lo da luta em favor da democracia e da cidadania do povo sofrido de nossa nação. Os poderosos de plantão arquitetaram a destruição de um projeto que busca oferecer melhores condições de vida para as classes sociais menos favorecidas.
O combatente voltou com energia revigorada. O aprisionamento a que o condenaram não o abateu, pelo contrário, o tornou mais aguerrido. A liberdade, ainda que tardia, faz renovar as esperanças dos que acreditam no seu ideário. O ânimo, embora nunca arrefecido, ganhou espírito de renovação. A LUTA VAI CONTINUAR COM MAIS FORÇA.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Rui Leitão