Opinião

João permanecerá até o final do mandato ou sairá para tentar uma vaga no Senado? - Por Vitor Azevêdo

As eleições de 2026 ainda irão demorar bastante para acontecer e muita água deve rolar até lá. Mas nos bastidores da política, duas dúvidas pairam a cabeça daqueles que estudam e analisam os movimentos do Governador João Azevêdo.

Arte: Marcelo Jr

As eleições de 2026 ainda irão demorar bastante para acontecer e muita água deve rolar até lá. Mas nos bastidores da política, duas dúvidas pairam a cabeça daqueles que estudam e analisam os movimentos do Governador João Azevêdo.

João ficará no mandato até o final ou sairá para tentar uma vaga no Senado? Desde o retorno da redemocratização em 1982, boa parte dos Governadores, disputou o Senado na eleição seguinte. Wilson Braga, Ronaldo Cunha Lima, José Maranhão e Cássio Cunha Lima fizeram esse movimento, com Wilson sendo o único a não ser eleito.

Os outros três nomes tiveram motivos bem distintos para não tomar a mesma decisão. Tarcísio Burity estava desgastado no final de seu segundo mandato e decidiu não tentar a única vaga do estado em 1990 e Antônio Mariz infelizmente faleceu com apenas sete meses de Governo em 95.

Então chegamos a 2018, Ricardo Coutinho estava no auge da popularidade, com boa aceitação da sociedade e da classe política. Era mais do que natural a sua saída do Governo, para uma vitória praticamente certa na disputa ao Senado.

Mas para a surpresa de muitos, Ricardo decidiu concluir o mandato para focar na eleição do Secretário João Azevêdo, que venceu com tranquilidade no primeiro turno, ratificando a força eleitoral que Coutinho tinha naquele momento.

Os analistas da época criticaram a decisão do Governador, que perdeu a chance de ter oito anos garantidos em Brasília, com grande probabilidade de retornar ao Palácio da Redenção na eleição de 2026. Logo após a eleição de outubro, a Operação Calvário foi deflagrada e Ricardo acabou sendo preso, perdeu as duas eleições na qual disputou e caiu no ostracismo popular.

O caso de João é bem diferente daqueles que decidiram por não disputar o Senado. O Governador não tinha experiência antes de 2018 e conseguiu criar um lastro político muito relevante nesses cinco anos. Fez um trabalho louvável no combate a pandemia, conseguindo vencer a reeleição contra três fortíssimos candidatos, amparada pelo apoio de mais de 150 Prefeitos o que só demonstrou a mudança de Azevêdo, que foi de um técnico desconhecido a uma figura popular e politicamente importantíssima.

Para completar a sua ascensão, João foi eleito Presidente do Consórcio Nordeste, estreitando ainda mais os laços com o Presidente Lula, que considera o Governador um dos seus principais aliados no projeto de reconstrução nacional.

A decisão de João pode pautar toda a próxima eleição. Se ele decidir por largar o mandato, quem naturalmente se beneficiaria seriam os Ribeiros, que tentariam emplacar Lucas como candidato ao Governo e Daniella como companheira de chapa de Senado do Governador. Essa configuração impactaria fortemente o apoio de Hugo Motta e os Republicanos, que querem um nome do partido em uma das principais disputas majoritárias.

Se João preferir repetir Coutinho e terminar o mandato, a ideia dos Republicanos seria mais fácil de ser aplicada e ele não teria o perigo de perder um dos seus maiores aliados.

Com todas essas hipóteses de conjuntura, o mais provável é que mantendo toda essa força e popularidade, João tente uma das duas vagas ao Senado, mas uma coisa que pode pesar em sua decisão, é a sua idade. O Governador terá 73 anos em 2026 e pode preferir se abster de disputar mais uma eleição, para ficar mais tempo lado da família, mas falas de políticos como Chico Mendes e Lindolfo Pires demonstram a vontade dos aliados em continuar o legado político de Azevêdo, dessa vez em Brasília.

Fonte: Vitor Azevêdo
Créditos: Polêmica Paraíba