Vencedor do primeiro “round” pelo controle da direção do PSB na Paraíba, o ex-governador Ricardo Coutinho foi indicado, ontem, pela Executiva Nacional, em Brasília, para presidir comissão provisória que vai dirigir os destinos da legenda por 120 dias até que se organize uma nova eleição interna. O governador João Azevêdo, escolhido pela cúpula nacional presidida por Carlos Siqueira (PE) como vice-presidente estadual do PSB, rejeitou a oferta e sugeriu o retorno de Edvaldo Rosas ao comando do partido. Rosas, que é secretário de Governo da gestão estadual, foi destituído da presidência no bojo da dissolução do diretório regional com o aval da direção nacional, que evitou usar o termo “intervenção”.
No final da manhã de ontem, na Granja Santana, Azevêdo reuniu-se com interlocutores políticos de sua confiança para avaliar o quadro de impasse provocado pelo desentendimento com o antecessor Ricardo Coutinho. Nessa ocasião, Azevêdo deixou patente que não compareceria à reunião de urgência convocada por Carlos Siqueira para Brasília a fim de tratar do “imbróglio” na Paraíba. Em vez disso, o governador preferiu enviar correspondência aos dirigentes nacionais do PSB qualificando como antidemocrática a destituição do diretório “eleito legitimamente” para sua substituição por uma Comissão Provisória. “Não tenho interesse em participar dessa Comissão”, enfatizou o gestor.
Azevêdo disse que não entende os motivos e não aceita a dissolução do diretório estadual, principalmente da forma que foi feita, “recolhendo assinaturas na calada da noite sob o argumento de que seria para reestruturar o partido no Estado, o que objetivou, inclusive, a assinatura de vários diretorianos, que se sentiram enganados e pediram a retirada das respectivas assinaturas”. A cúpula nacional escolheu ainda para a secretaria-geral da comissão provisória o senador Veneziano Vital do Rêgo, a prefeita do Conde, Márcia Lucena, como primeira-secretária, o secretário executivo de Planejamento do governo da Paraíba, Fábio Maia, para o núcleo de finanças, Valquíria Alencar, secretária de Mulheres do PSB-PB para a secretaria especial e, por último, Edvaldo Rosas como integrante.
Na composição, segundo os cálculos de Siqueira, o governador Azevêdo ficou com quatro assentos, dos sete lugares, enquanto Ricardo teria direito a contar com mais duas pessoas de sua confiança. O ex-presidente do diretório e secretário de Estado do Governo, Edvaldo Rosas, foi duro e direto ao responder ao “Correio da Paraíba” sobre a composição para a comissão provisória: “Defendemos a democracia no PSB, não a intervenção”. A reunião em Brasília teve caráter extraordinária em função da dissolução do diretório estadual do partido. Carlos Siqueira, pela enésima vez, garantiu que o diretório foi dissolvido mas não por iniciativa da direção nacional e, sim, pela decisão de mais de 51% dos diretorianos. “Portanto, nessa condição, não temos o que decidir. A decisão foi dos diretorianos. Tínhamos que nomear uma comissão provisória para que o partido não permaneça acéfalo num Estado tão importante para o PSB”, arrematou ele.
Fonte: Nonato Guedes
Créditos: Nonato Guedes