Apoiado por vinte e seis – dos trinta e seis – deputados estaduais com assento no poder legislativo paraibano, João Azevedo continua recebendo passageiros e “caronistas” no seu “Trem da Índia”, que já percorreu mais da metade da distância que o separa do destino final: eleições 2022.
Causa perplexidade para quem acompanha o quotidiano político/partidário, a habilidade do governador na condução de seu projeto de reeleição, que pode leva-lo a “autoproclamar-se” como primeira força política do Estado, já que estão fora do páreo José Maranhão, Ricardo Coutinho – e até o momento – Cássio Cunha Lima.
Lembramos que Ronaldo Cunha Lima chegou ao governo do Estado como “terceira força”. Protagonistas que ocupavam os dois primeiros lugares eram Tarcísio Buriti e Wilson Braga, à frente dos destinos da Paraíba no período de 1978 a 1990. Ronaldo venceu graças, a Constituição de 1988, que criou o segundo turno. No primeiro, Braga obteve uma maioria de 40 mil votos sobre Ronaldo.
Entre 1990 e 2014, cenário político da Paraíba esteve polarizado, se revezando no poder figuras de Ronaldo/Cássio Cunha Lima e José Maranhão. Um grupo que se dividiu, deixando fora do páreo Buriti e Wilson Baga. Ricardo Coutinho foi prefeito da Capital eleito por José Maranhão. Governador do Estado, com apoio de Cássio Cunha Lima. Em 2014 – depois de 24 anos – reelegeu-se como “terceira força” e assumiu o “podium” 2018, derrotando Cássio e Maranhão. Um para o Senado, outro para o governo do Estado.
João Azevedo se instalou no Palácio da Redenção, para “guardar” o assento de Ricardo Coutinho até 2022. Porém, o “Mago” tropeçando em seus próprios passos, foi preso, suspeito de comandar um esquema de corrupção e desvio do erário público. Sequelas do cárcere o levou a ocupar a quarta colocação na disputa pela PMJP (2020). Ontem (11.02.2020), as contas de sua gestão foram rejeitadas pelo TCE. Fica inelegível.
Cada Nova investida da “operação calvário” dificulta a reabilitação política de Ricardo Coutinho. As deserções em suas tropas, deixa seu exército desfalcado. Seu único deputado federal (Gervásio Filho) está subindo no “Trem da Índia”, ao lado de “desafetos” de outrora, como Manoel Ludgério – que pede uma vaga para o ex-prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues – mesmo que seja em vagões separados, distantes do Senador e da Senadora do Clã Rego.
Cícero Lucena não quer ficar fora da aventura, corre para chegar primeiro que o Clã Ribeiro, representado pela Senadora Daniella e seu irmão deputado federal Aguinaldo Ribeiro. Lá já estão Wilson (pai e filho) Santiago, Efraim Filho; Hugo (pai e filho) Mota; Damião e Ligia, atual vice de João Azevedo; deputada federal Edna Henrique e seu filho Michel (ocupando vaga do pai) … Vai haver eleição para governo ou “aclamação”?
Ricardo Barbosa (quem diria) já com um pé já em Brasília, comanda um “blocão” de 20 deputados estaduais. O recado está dado a Gervásio: ele vem para ALPB ocupando a vaga de Ricardo, que o substituirá em Brasília.
A oposição está refém do “liseu” (falta de dinheiro) ou fonte financiadora para campanha. Inexiste outro “meio” de transporte para chegar a 2022, senão o “Trem da Índia”. Curiosidade: alguma possibilidade ou risco de descarrilhamento? o “Trem” suporta o peso? A viagem segue o curso, e a cada “Estação”, mais passageiro abordo, não importa o desconforto.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba