Make love, not war (em português: “Faça amor, não guerra“), a frase é um lema de um importante movimento, o movimento Hippie que surgiu nos anos 1960, quando os jovens conscientes mostraram que não estavam dispostos a viver da mesma forma tradicional e conservadora da maioria das famílias naquela época.
Hoje em dia, ao meu ver, as pessoas se incomodam mais com o amor, com uma demonstração de afeto do que com uma guerra ou com uma cena de agressão. Eu não consigo entender, mas as pessoas se sentem tão incomodadas com uma demonstração de carinho entre dois homens ou duas mulheres que chegam a destilar ódio de uma forma tão suja e feia que é capaz de ferir pessoas que estão de fora da situação.
O caso do Instagram ter censurado a foto de Gil e Fiuk do BBB 21 dando um selinho me deixou bastante intrigada. Mesmo que a plataforma tenha voltado atrás dizendo que “errou”, existiu naquele momento uma Censura Seletiva, como o Thiago Leifert falou: “O instagram não gosta de dois homens dando um selinho”, a plataforma teve uma postura homofóbica e não adianta dizerem que foi por conta da “nudez”, na maioria das imagens que “vai contra as diretrizes da comunidade” os rapazes estavam cobertos, e se alguém ainda colocar em questão o fato da nudez, eu trago imagens de casais HETEROS posando pelados no instagram.
É importante lembrar que essa não é a primeira vez que o instagram censura uma foto de dois homens se beijando. A imagem simplesmente não quebra nenhuma regra da plataforma. Por outro lado, fazendo um passeio pelo instagram, eu encontrei muitos perfis que publicam vídeos de agressão, brigas, imagens com discurso de ódio e até vídeo de assassinato… E o que me chamou atenção é que muitas dessas publicações não são censuradas pela plataforma. Isso mostra o retrato da sociedade em que vivemos, que prefere ver a guerra ao amor.
O ódio não, mas o afeto, o carinho, o amor incomoda. Essa censura seletiva do instagram é não só homofobia, vai muito além, esse tipo de censura se caracteriza como uma violação à liberdade de expressão. Nós estamos perdendo o nosso direito de amar, nós estamos perdendo o nosso direito de demonstrar amor e demonstrar carinho. A sociedade nos diz que a gente NÃO pode amar quem a gente quiser, e isso é um problema.
Eu tive uma conversa com o advogado paraibano José Neto sobre o caso e é importante deixar claro uma coisa que ele me falou. Eu estou falando de censura, mas nós devemos destacar que a censura é constitucionalmente proibida no Brasil, nenhum tipo de censura pode haver.
Algumas imagens que são banidas das redes sociais como cenas de corpos de pessoas vítimas de acidentes, saudação nazista, dentre outros, isso não se caracteriza como censura. No primeiro caso, se trata muito mais do respeito às pessoas que faleceram vítimas dos acidentes; no segundo, a imagem transmite um discurso de ódio. Em qualquer outro caso é proibida a censura, e como disse o advogado, a plataforma deve responder por seu ato.
Nós LBTQIA+ passamos a maior parte do tempo, a maior parte da nossa vida lutando para sermos aceitos. Nós lutamos contra uma sociedade, nós lutamos contra falas e atos homofóbicos, tanta luta às vezes chega a ser cansativo e qualquer coisa por mínima que seja, pra gente pode ser muito grande e pode nos afetar de uma forma grande também.
Nós já passamos por muitas coisas, nós sentimos na pele muita coisa, e ver uma plataforma como o instagram banir uma imagem de dois homens dando um selinho por pura e clara homofobia é uma coisa que mexe e que nos incomoda muito. Eu não sei até quando vão acontecer coisas desse tipo, mas eu espero que já esteja perto de acabar. As pessoas precisam entender que o nosso direito é igual a o de todos e a gente pode sim demonstrar amor, carinho e afeto a quem a gente quiser e onde a gente quiser. E o lema sempre será: “FAÇA AMOR, NÃO FAÇA GUERRA”.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba