Opinião

HINO DAS MURIÇOCAS DO MIRAMAR” - Por Rui Leitão

Toda quarta-feira anterior ao Carnaval as ruas de João Pessoa, no espaço entre o bairro de Miramar e as praias de Tambaú e Cabo Branco, se transformam em palco do segundo maior bloco de arrasto do país: “As Muriçocas de Miramar”. Tudo começou numa brincadeira de trinta jovens, no ano de 1986, quando resolveram colocar som numa carroça puxada por um burro tocando frevo e saíram desfilando pelo bairro. Surgiu aí aquele que seria o maior bloco da prévia carnavalesca da Capital paraibana. O seu hino tem letra e música do Mestre Fuba, um dos fundadores do bloco.

Toda quarta-feira anterior ao Carnaval as ruas de João Pessoa, no espaço entre o bairro de Miramar e as praias de Tambaú e Cabo Branco, se transformam em palco do segundo maior bloco de arrasto do país: “As Muriçocas de Miramar”. Tudo começou numa brincadeira de trinta jovens, no ano de 1986, quando resolveram colocar som numa carroça puxada por um burro tocando frevo e saíram desfilando pelo bairro. Surgiu aí aquele que seria o maior bloco da prévia carnavalesca da Capital paraibana. O seu hino tem letra e música do Mestre Fuba, um dos fundadores do bloco.

“João Pessoa sonha/Com o seu verde colorindo o azul do mar”. A capital paraibana é conhecida pelo verde que domina suas paisagens, sendo apontada inclusive como uma das cidades mais arborizadas do mundo. Fuba traz essa referência para a música que elaborou como hino do bloco, associando a imagem do verde ao belíssimo azul do nosso mar. Ele ressalta que João Pessoa assim se transforma num sonho, numa cidade em que todos festejam o seu colorido verde azul, porque é um local onde a simpatia do povo e a beleza dos seus logradouros encantam qualquer visitante.

“E a cidade velha/Já se acorda/Com o seu canto secular”. Por ser a terceira mais antiga capital do Brasil, João Pessoa possui também um rico patrimônio histórico e cultural às margens do Rio Sanhauá onde efetivamente a cidade nasceu. Então, Fuba vai buscar na sua origem o entusiasmo que toma conta de todo pessoense ao despertar na quarta-feira prévia do Carnaval, já vivendo o clima de alegria que só se encerra quando o bloco chega ao busto de Tamandaré, na praia, concluindo seu trajeto. É um canto secular de felicidade, característica dos habitantes da metrópole paraibana, que se renova anualmente com o desfile das “Muriçocas de Miramar”.

“São as Muriçocas/Abram alas que elas vão voar/Espalhando alegria/De Tambaú ao Rio Sanhauá”. O grito de animação convocando todos a se integrarem ao grupo que hoje forma em torno de trezentas mil pessoas, acompanhando o bloco. O caminho a percorrer pode ser só do Miramar a Tambaú, mas as “muriçocas” vêm de todos os recantos da cidade, espalhando uma contagiante alegria.

“É um trê-lê-lê/É um zum-zum-zum zunindo/É um trê-lê-lê/Cuidado que elas vão te picar”. O barulho das muriçocas que poderia ser um incômodo, transforma-se num agradável som de animação. Não há quem evite ser alcançado por sua “picada”, seu convite a participar da maior festa de carnaval da Paraíba. Tornou-se um evento importante do nosso calendário turístico.

“Salve, salve sejam bem bem-vindas/As Muriçocas do Miramar”. O bloco é saudado com orgulho por todos os que se aglomeram no espaço em que ele vai passar. E o seu zunido não deixa ninguém dormir, mas também não causa qualquer insatisfação por isso, pelo contrário, é motivo de contentamento.

“Coça, coça, coça/Que nesse frevo a gente se enrosca/ Coça, coça, coça/Ninguém segura o carnaval das Muriçocas”. Todo mundo sabe que o ato de coçar torna-se repetitivo quando começa. O mesmo acontece com a participação no bloco das Muriçocas; quem nele esteve uma primeira vez, nunca mais deixará de estar. O frevo como melodia do seu “zunido” faz um carnaval inesquecível para todos os seus participantes.

“É fogo, é fogo, é fogo/É quarta feira, é quarta feira de fogo/É fogo, é fogo, é fogo/É o trê-lê-lê/É o zum-zum-zum de novo”.

Os foliões incendeiam a cidade. O fogo se alastra por todos os recantos. A quarta-feira que antecede o Carnaval passou a se chamar “quarta-feira de fogo” para os paraibanos. E assim, a cada ano, a história se repete e o número de muriçocas aumenta cada vez mais, e todos vibram com o “zum-zum-zum de novo”

Fonte: Rui Leitão
Créditos: Polêmica Paraíba