Opinião

Gentileza gera gentileza - Por Abelardo Jurema Filho

Sempre gostei mais de dar do que receber presentes. A emoção de ver uma pessoa feliz não tem preço. Numa briga, prefiro o papel de apaziguador, daqueles que integram a turma do “deixa disso”, que se intrometem para serenar os ânimos e evitar o pior. Nas discussões acaloradas e passionais, gosto atuar como mediador, procurando acalmar os contendores e mostrar que é preciso respeitar a opinião alheia.

Sempre gostei mais de dar do que receber presentes. A emoção de ver uma pessoa feliz não tem preço. Numa briga, prefiro o papel de apaziguador, daqueles que integram a turma do “deixa disso”, que se intrometem para serenar os ânimos e evitar o pior. Nas discussões acaloradas e passionais, gosto atuar como mediador, procurando acalmar os contendores e mostrar que é preciso respeitar a opinião alheia.

Nas questões de família, ajo sempre com o intuito de promover a união e a concórdia, evocando os laços familiares e conclamando ao entendimento. Quando atuava na Defensoria Pública, fui apontado por uma das minhas colegas do Centro de Mediação do Tribunal de Justiça, a advogada Anabela Cirilo, filha do saudoso e eminente professor Yanko Cirilo, como “o rei da conciliação”, pela minha vocação para resolver conflitos e promover o reencontro de casais em litígio.

Gosto de doar roupas usadas; de levar tudo o que sobra na cozinha para alimentação dos funcionários do meu condomínio; de ajudar a quem precisa, no mais absoluto anonimato. Não é uma falácia: é uma característica do meu temperamento que herdei dos meus pais que eram muito generosos e não permitiam o esbanjamento e o desperdício.

Ser gentil sempre rende bons resultados. Jesus Cristo pregava que devemos amar o próximo como a nós mesmos; que é preciso doar sem esperar recompensa; que é dando que se recebe e que colhemos aquilo que plantamos. “Gentileza gera gentileza”, foi uma das lições de casa que aprendi ainda criança.

De outro lado ouvia minha mãe dizer: “quem semeia ventos colhe tempestade”, como ensinava o Mestre dos Mestres aos seus discípulos, mostrando à humanidade os caminhos da felicidade, do amor ao próximo, da necessidade de sermos prestativos, generosos, solidários e tolerantes. Quem não vive para servir, não serve para viver, diz a sabedoria popular.

Esta semana, estive num órgão público para resolver um problema particular. Um assunto delicado que precisava ser tratado com atenção pelo servidor escalado para o atendimento. Por ordem do número da senha, fui recebido por um funcionário veterano, um senhor, de cabelos brancos que aparentava muitos anos de serviços prestados à coletividade, que, em poucos minutos, tomou as providências necessárias ao caso, oferecendo explicações, orientando o que deveria ser feito e repassando o seu telefone de contato no caso do surgimento de alguma dificuldade.

Ao agradecer a eficiência e, até mesmo o carinho como fui tratado, fui surpreendido:

Eu é que tenho que lhe agradecer pelo que o senhor fez por mim quando necessitei dos seus préstimos como meu advogado na Defensoria. Foi gentil e atencioso como nem sempre encontramos no serviço público. Obrigado, doutor.

Nem me lembrava do fato, mas saí dali pensando como é bom fazer o bem sem olhar a quem.

Fonte: Abelardo Jurema Filho
Créditos: Polêmica Paraíba